Patativa do Assaré

Patativa do Assaré

Patativa do Assaré era admirado por pessoas
de São paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,
portodo Brasil ganhou reconhecimento
por sua poesia que relata um cotidiano e
ditavam em primeiro lugar sua regionalidade.

Não tinha dinheiro, mas
portugueses, franceses e nações pelo
mundo tinha pelo menos um livro.

Ele era um poeta popular que
orgulhava sua terra Assaré no interior do
Ceará, um homem bem Educado e Cortez.

Autor: C.Dantas

A festa do Zé Burrão

Minha gente vamos lá, na festa do Zé Burrão
Vai ter forró vai ter Baião até o dia clarear
Está confirmado vai ter baile à noite inteira
Vai ter muita brincadeira garanto que vão gostar.
O sanfoneiro é um cabra inteligente
O nome dele é Tiradentes a noite inteira vai tocar
Ele falou não quer ver ninguém parado
Quando tocar um xaxado todo mundo vai dançar
(A sanfona do Joaquim vai tocar assim)
Tiradentes vai fazer as mocinhas desmaiar
As velhas vão cochichar e perguntar quem ele é
Eu respondo ele é o meu amigo ele veio aqui comigo
Vou dizer quem ele é, o Tiradentes é um bom companheiro
O melhor dos sanfoneiros que até hoje eu vi tocar
Quando ele pega seus cento e vinte baixos
Minha gente sai de baixo ninguém pode segurar
Quando a festa terminar todo mundo vai pedir
É muito cedo pra parar ninguém vai querer dormir
Agora que o forró está começando a esquentar
Sanfoneiro tenha dó toca mais pra nós dançar
Nunca foi visto um sanfoneiro pra tocar tão bem assim
Que tocou o baile inteiro do começo até o fim
Tiradentes sorri satisfeito pôe à sanfona no peito
E puxa o fole dela assim,
( A sanfona do Joaquim vai tocar assim. )

Mãe que a todo Filho Perdoa

Oh! Mãe! Quanto tempo que eu não te escrevia
Sou teu filho que vem da Bahia
Com saudade do abraço teu.

Oh! Mãe! Trouxe a prima do meu Ceará
Ela disse que vem pra ficar
Com saudade do abraço teu.

Oh! Mãe! Nós ficamos sabendo que até os eunucos
Já chegaram cansados do pai Pernambuco
Por causa do abraço teu.

E eu minha mãezinha querida!
Que saudades que tenho das tuas avenidas
Dos sotaques diversos que ouço falar a tua língua
Por isso quero dormir com você solidão, nostalgia
E acordar nas tuas praças de verde alegria.

Oh! Mãe! Quanto tempo eu não te vejo perdoa!
Nosso irmão também quer seu perdão de Alagoas
Tão logo ele quer como eu um abraço teu.

Oh! Mãe! Quanto tempo será que eu vou ter que esperar
Tanta gente humilde que vem pra te ver do Pará
De braços abertos encontrar com o teu.

Oh! Mãe! Que abraça os teus filhos do Brasil inteiro
Mato grosso, Amazonas e Rio de Janeiro
São Luís, Maranhão e Natal como eu.

Oh! Mãe! Teus abraços gelados de sol e garoa
És a mãe que a todo filho perdoa
Dá vontade de não mais sair do teu lado
Da cidade querida mãezinha São Paulo.

“Homenagem á São Paulo 458 Anos”

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Janeiro de 2012 no dia 09.

Bairro da Luz

Na plataforma ainda queima um cigarro de palha
Queima feito brasa na velha Rincão
No Rio da Onça onde a saudade bebe água
Até parece de argila o meu coração.

Eu sou um caipira que nasceu em Barrinha
A estrada de ferro que ajudei a construir
Porém uma luz se acendeu por aonde eu vinha
Adeus para sempre princesinha do Mogi.

Na malha turística do circuito de frutas
O apito irritado da Maria fumaça
Eu desembarquei a São Paulo em suplício de luta
George Stephenson que me fez uma arruaça.

Eu ouvia dizer que por ali passava o café
No fim do século dezenove
Eu era um menino que tinha muita fé
Hoje a saudade fez de mim um pobre homem.

Que me desculpe o Apeadeiro de Portugal
Não há beleza que me desperta ou me conduz
O Museu da Língua Portuguesa eu não vi igual
E a Pinacoteca do Estado do Bairro da Luz.

A estação desenhada de um catálogo Britânico
A torre do relógio arquitetada por Azevedo
São Paulo Railway daqueles anos românticos
Em 1867 a inaugurar em fevereiro.

Aos transeuntes como eu que passam na estação
Que vão e que vem do árduo trabalho
Assim era o cotidiano nas ferrovias de Rincão
Dos tempos que meus cabelos nem eram grisalhos.

Na plataforma ainda queima um cigarro de palha
Queima feito brasa na linda estação da Luz.

“Homenagem á São Paulo 458 Anos”

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Janeiro de 2012 no dia 10.

Vila Madalena

Maria, Maria, por que choras de arrependimento
Em tuas esquinas purpurinas
Teus girassóis de pavimentos
Por que choras Maria eu não entendo;

Nos teus ateliês eu vejo Cristo
Artesões e Alquimistas
A “Feira da Vila” eu não resisto
A arte pura de Jovens Anarquistas;

Reduto dos Boêmios que cantam para ti Maria
O samba irresistível da minha Pérola Negra
Fazem de ti um Bairro de nostalgia
E nome de Telenovela Brasileira;

Madalena por que choras, Oh! Maria imortal
Um girassol ainda brilha no fundo do teu quintal
Vila Madalena querida até parece um pedaço do céu
E ainda tens a companhia do santo Arcanjo São Miguel;

Imigrantes Portugueses ficam aqui meus agradecimentos
Por terem feito este Bairro a Oeste de Pinheiros
No cemitério São Paulo a alma de Maria ainda pena
Por proteger os teus filhos da Vila Madalena.

“Homenagem á São Paulo 458 Anos”

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Janeiro de 2012 no dia 16.

Viaduto Santa Ifigênia

Começa no largo São Bento e termina em frente à igreja
As pessoas passam pelo viaduto
Hora por hora, tudo se repete novamente
Como nas segundas-feiras…

E você grita por uma segunda chance
Da vidraça do seu apartamento;
Parece que a cidade ficou muda
E Derrepente, transeuntes pensamentos;

Com seu estilo Art Nouveau do francês
Um sangue europeu corre em suas veias
Paulistanos da Avenida São João
Carruagens que enfrentavam a ladeira;

Da Bélgica chegou pela estrada de ferro
No século XX pela São Paulo Railway
Um cartão postal de exclusividade de pedestres
Duprat bem que estava certo e eu também;

Hoje milhões passam pelo simpático viaduto
De leste a oeste, de norte a sul
Meus olhos aqui de cima não piscam um segundo
Da beleza da Ifigênia ao largo do Anhangabaú.

*** Homenagem á São Paulo 458 Anos. ***

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Janeiro de 2012 no dia 20.

Praça da Sé

Eu bem que imaginei como é
O que se passava no coração de José
Ao arquitetar a praça ali no marco zero
Bem cedo na catedral eu entrei pra rezar o meu credo.

Descia com um terço nas mãos as escadarias
Orando um pai nosso e uma ave Maria
Foi quando me sentei para apreciar o chafariz
Eu estava na Sé, mas lembrava Paris.

O sol rasgava as frestas dos arranha-céus
Nossa Senhora cobria teu filho com o manto véu
Ouvia o violeiro tocar bossa nova
Lembrava Jobim e o beijo da amada na Mooca.

Japoneses, baianos, judeus e paulistas
Esmola pro cego, mendigos, camelôs e artistas
Menino de rua com a caixa nas costas, mulato…
Pergunta seu moço, engraxa o sapato?

É que eu sinto que bate mais forte o meu coração
Quando os pombos vierem mansinhos comer em minhas mãos
Quanta gente passando apressada ao meu lado
Desconfio a carência de um beijo e um abraço.

Mas à noite a garoa parece fechar as cortinas
Dos boêmios amantes que vem da Avenida Paulista
Fecho os olhos e vejo mais perto a iluminada Paris
Abro os olhos e vejo a Sé que me faz mais feliz.

Mas o que se passava no tal coração de José?
Só quem sabe e conhece a mais linda das praças da Sé.

“Homenagem á São Paulo 458 Anos”

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Janeiro de 2012 no dia 09.