A ilha das cobras

A sociedade pede uma revisão no código das leis penais
Que nossas autoridades possam agir com mais precisão
Dar um basta na violência, pois ninguém agüenta mais.
Mudar por definitivo o sistema carcerário de reclusão.

É esta a proposta da sociedade aos políticos corretos
Uma maneira de acabar com a enorme criminalidade
De aprisionar esses criminosos em um espaço aberto
Dando a eles o confinamento com certa liberdade.

Usar helicópteros para realizar o meio do transporte
Transferindo todos assassinos para a ilha das cobras
Deixando uma mensagem desejando a eles boa sorte
Que vivam com as cobras, pois espaço terá de sobra.

A nossa sociedade viveria muito menos apreensiva
Sabendo que esses criminosos estariam excluídos
Em uma ilha bem distante somente deles exclusiva
Convivendo com elas e da nossa sociedade banidos.

E as cobras com certeza ficariam muito aborrecidas
De terem em sua ilha os maldosos intrusos invasores
Confinados na grande prisão pelo resto de suas vidas
Pagando um preço muito alto pelos seus dissabores.

SAMBA DA RESSACA II

Não posso ouvir o batuque
Do surdo de marcação,
Ou o corte do rebolo,
Repicar o repique de mão.
Um cavaco swingando,
Reco, pandeiro e o tamborim
Que esqueço dos problemas,
E a tristeza tem seu fim!

É por isso que toda segunda,
Quando saio do trabalho,
Tenho outro compromisso
Que eu nunca deixo de lado…

Vou ao Samba da Ressaca
Pra terminar com animação,
O início de outra semana
De muito trampo e samba de montão.

A FARRA

Faltoso… falso e com gastanças, mesmo com tudo isso os olhos não entendem o linguajar da natureza.
Quem diz ter entendido não entendeu o linear…
Eles se perdem e são devorados pela lima…
No dia do palácio é a mesma ranheta…
E vem para o povo só o rascunho… depois do reboco tudo anda de marcha ré ².
Com tantas saídas tudo vira sequidão…
Aos poucos o corpo vira serragem…
São sertanejos todos que bebem o serviço tedioso…
O que mais querem os governantes?
Que sejamos telepáticos?
Tolerância, mesmo com a cidade em varíola… está doença que dizem que o vento espalha…
Quem disse que os andantes que trafegam nas ruas de São Paulo estão livres desta moléstia que vem do poder?
O meu verso é verdadeiro e veloz…
Basta ver a clareza quando o cisco é retirado dos olhos dos que tentam pequenas cirurgias numa ferida tão grande que se alastrou no corpo dos paulistas…
Anteontem falei com o dominador…
Tentei mostrar a ele como vive os governantes e suas alegorias…
Depois de ter mostrado não sentir o alivio… sentir que o alongamento está nas mentes dos arruaceiros que arrotam mentiras…
Avaliar o peito ferido do povo, abrir à mente dos governantes… tirar de suas mentes a avareza não seria uma boa idéia, pois seria uma avalanche de lama…
Bendito povo que não são gladiadores…
Benévolo são eles, mesmo com a carne cortada…
Abrem os olhos povo que dormem estalados em demências, vocês não percebem que todos os governantes são desconhecidos?
Desonrados sei que estamos e os poderes não são flexíveis…
Feche sua porta noturna, mostre para eles que você não é flautista, que não produz som de piedade quando eles são da mesma terra…
É gritante ver as lágrimas nos olhos dos que perdem o laço familiar…
Magníficar quem diz governar é o mesmo que fazer parceria com a morte…
Vejo tantos com suas parodias no dia de pedir voto de confiança, mas são todos iguais…
Somos pastas nos pés dos que deveriam nos mostrar o patriotismo…
Não tenho paixão pela penitência…
Aqui vou restringir esta minha filosofia, mas não acredito no homem que governa, pois se morrer um vem sempre outro a ressuscitar…