Carro de Boi Cantadô:

Hoje vivo na cidade
prisionero da sodade
me maltrata e fais chorá
com o coração amargurado
volto de viage pro passado
onde vivo sempre a recordá.

As montanha azulada
pela fumaça das queimada
o canto triste da cigarra
esta sodade que me agarra
e não qué me largá.

O carro de boi cantadô
priguiçoso inté agora não passô
ainda iscuito o seu cantá.

Me lembro do carrero malvado
com o ferrão aguçado vivia a cutucá
a anca do fidargo,do soberbo,do sonhadô.
O Faísca do do cangote esfolado
pela canga maltratado
num mugido triste lamentô.

Volto de viage pro passado
trago tudo bem guardado
dentro deste velho coração
mergulho nos meus pensamentos
e revivo aqueles momentos
na minha imaginação.

O rangido triste da portera
a igrejinha do divino salvadô
o olhá daquela morena facera
que foi o meu primeiro amô.

Tudo isto tá guardado
aqui dentro do meu peito
inté parece que tá gravado
não esqueço,não tem jeito.

pode passá o tempo
e os meus cabelos branqueá
mais aqueles momentos
pra sempre vô recordá.

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