Incertezas

Tenho medo do escuro
e também do futuro
Eu a prometi as estrelas
no final de uma tarde de sexta-feira

A lágrima que derramei
fora pelo mesmo motivo que asas criei

Meu coração bate
enquanto a vida late

Sinto muito, é mais triste a verdade
Essa é a dor da responsabilidade

Quem vê o poeta
não vê sua alma deserta

Todo dia caminhando pela terra batida
com mãos calejadas e ardidas

Nesse céu sem lua
desejo que minha poesia se dilua.

Esse é meu último desejo
sem paixão, ódio ou rima.

(Vinícius Bacelar)

saudade do amor impossivél

parece que nunca passa
só passo raiva e mas nada
só quero que você fique comigo
mais sei que é impossível
desapegar desse sorriso incrível
pareço maluca por que me desgasto e canso de tudo
reinvento meu mundo vivo no absurdo de achar
que inves de amor seja dependência isso tudo
a três anos amando alguém que ninguém se dá
minha decisão nunca é valida
eu sou mais que um corpo bonito sou mais
que um amor sem compromisso
no calor da dor eu te encontro
e me entrego o nosso barulho vira
um atentado ao pudor sei bem quem sou mas
quando me encontro em seus bracos fico perdida no seu quarto
melhor para vou me exaltar
ninguém suportaria ouvir tudo que já rolou por lá

(solar)

Sensibilidade

Ouça-me com os olhos através das silenciosas palavras gritantes.
Interpreta-me como um texto escrito a partir da alma em fulgurante êxtase.
Leia-me com atenção, sem pressa ou preguiça, leia-me com emoção desmedida, sentimentos aflorados sem inibição.
Observa-me sem julgamento, medo ou reserva, deixe fluir a imaginação sem culpa ou preocupação.
Leva-me contigo entrelaçado em teus braços e de preferência encostado bem do ladinho do teu coração.

(Flavio M. Cardoso)

Galeria

Não sei dizer o que aconteceu nesse dia
Só lembro que caminhávamos…
De mãos dadas eu diria.
Havia um perfume na manhã.
Desses de pó de café.
Vindo da cafeteira.
Seu vestido marcava teu corpo
O deixando mais leve e solto.
Era tudo o que eu queria.
Mas o tempo era pouco
O momento era outro…
Lembranças de um belo dia.
Conversamos tudo, e como antes…
Espalhamos beijos como amantes
E fizemos da rua nossa galeria.

(Lincoln Rodrigues)

Um, dois , Três

E eu ontem era um só,
Livre, leve e solto por aí,
Mas, um alguém conheci,
E esse alguém me deu um nó…

Um nó fixo na minha vida,
Vida livre, leve solta que tinha,
Agora se diz, és meu e és minha,
Assim, com o amor que acarinha…

Mas, agora, eis que já somos,
De um se passou a dois, como?
Eu sozinho era um e um era,

Agora somos dois, eu e ela,
E já preparamos nosso sono,
Vem aí o número três de nós dois…

(Jose de Paula)