Os teus presentes

Os teus presentes

Toco tua cor, tua pedra azul,
teu pulsar silencioso, tua música em mim,
tuas mãos semelhante ao cetim.
Toco-te meu amor, com as minhas lágrimas alegres,
que como champanhe borbulhante nascem no beijo longínquo.
Amo-te sim, assim,
nos teus presentes dourados de saudades,
nesse embrulho desenhado por ti.
Amo-te sim, assim,
nos teus poemas inclusos,
nos teus dedos que nele tocaram.
beijo-te assim,
desejando louco, alegremente louco.
Beijo-te assim, apaixonadamente louco
no intenso de ti, no incenso incendiado, no teu brilho e perfume.
Porque sou o estado inebriante em que estou, em que fiquei,
esse meu jeito em tamanho e dimensão,
esse sorriso despencando frouxo vindo de mim.

Ter-te aqui nos teus presentes,
tanto a me olhar, tanto a me gostar, tanto a me amar;
deixando-me que eu signifique em ti, o tanto, o além
dessa delirante alquimia que anula espaços,
que me traz a emoção vermelha
dessa tua boca molhada
das histórias nela guardadas
amo-te e deito-me ao lado, meu estonteantemente e todo teu,
o todo de mim.
Ah os traços do teu colo!
Teus braços num abraço liberto, tua respiração me respirando!
O mel que agora tocamos, trocamos, misturamos e bebemos.
Eu te amo!
Digo-te meu segredo baixinho:
eu te amo!
Ah! Como é imenso o meu amor!
Amo-te nesse instante, de tão vida!
Nesse poema que nunca terá fim!
Na música proveniente de mim, que ressoa em ti.
Que acorda os acordes teus, os meus e os nossos;
eternos vibrantes de paixões, que a ti me denuncio,
que me despoja das fantasias, de todos os pertences,
de todos os acumulados, esvaziando-me em direção a ti,
para que no teu interior me torne inteiro,
para que teus conchavos, que chamo de absoluto acabe com meus limites.
Para que teus sonhos me sonhe,
para que teus beijos me enriqueça plenamente.
Para que a lua e o sol se encontrem enfim num eterno eclipse;
e em nome de Deus expressem o êxtase dessa fome infinita!
Amo-te!
Amo-te!

Eliezer Lemos

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