Capelinha abençoada

Capelinha abençoada
Situada ao pé da serra
Infiltrada na floresta
Fincada em cima da pedra
Somente o cheiro de terra
E os passarinhos em festa.

Velha capela crioula
De portas sempre abertas
Onde chorei meu amor
Por vezes e horas incertas
Testemunhou o meu pranto
Em teu silêncio, o acalanto
Dividindo comigo, a dor

Lá em teu altar,
Abre os braços, meu senhor
Chamando-me “vem, meu filho”
Eu entendo tua dor
“Deixa eu te confortar”
Somente quem sabe amar
É que pode falar de amor

Quantas vezes eu olhei para trás
Em direção da tua porta
Vendo ao longe o azul de céu
Imaginando meu amor chegar
Vestida de noiva e sem véu
Para comigo casar

Capelinha do sertão
Hoje ainda está lá
Meu amor brigou comigo
Mas não canso de esperar
Ainda caso com ela
Em frente do teu altar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.