SONETO DA ESPERANÇA

Filho, é certo que Deus algum dia
A bonança trará pra este torrão,
E do rachado e cálido sertão
As bênçãos virão por nossa porfia.

Teu desejo, pai, há de ser verdade
De vida o sertão todo ornamentado,
Milho pelo roçado esparramado;
Mesa referta – assaz felicidade.

…E se a chuva bendita cai em torrente
E no tostado chão molha a semente,
Cheia de viço ela alfim germinará.

Então, meu pai, o sertão dará fartura,
Vai matar a lazeira e a tristura –
Desabrido por fim florescerá.

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