A casa que eu moro é singela e pequeninha
fica no alto da colina e avista toda região
nóis fica olhando o trem que passa pela linha
a mulecada se diverte com essa diversão.
Nóis escuita todo dia o seu triste lamento
que vem lá dos confim do meu sertáo
um apito rasga o espaço e se perde com o vento
se espalha nas planíce sobe as rampas do grotão.
O trem carguero comprido e vagaroso
no leito da estrada se arrasta lentamente
parece um dragão lerdo e preguiçoso
na boca da chaminé solta fagulhas icandescente.
O maquinista joga lenha na foguera da fornalha
o fogo esquenta a água que transforma em vapor
o vapor transforma em força e vence qualqué batalha
os trilhos aguenta firme mais os dormentes geme de dor.
Com esforço vai bufano,vai mostrano sua raça
transportano os produtos natural do meu sertão
o céu escurece com uma nuvem de fumaça
fico contano um por um a quatidade dos vagão.
Sacaria e minério de todo tipo,de todo porte
vai seno transportado no lombo do trem carguero
vagão-gaiola leva o gado destinado para o corte
no meio do comboio dois vagão de passagero.
O trem de ferro se arrasta vagaroso e pesado
leva o progresso do sertão para a cidade
eu também carrego nos meus ombros já cansado
o peso dessa vida nos vagão da minha idade…