Eis aí um Desabafo

Eu já me iludi tantas vezes, e tantas vezes essas ilusões já se provaram erradas, que já não sei o que ou a quem culpar por ser quem eu sou.
Não sei se culpo o tempo, que sempre foi desonesto comigo.
Não sei se culpo minha inércia, que só se decide ou toma uma atitude quando o jogo já está quase perdido.
Não sei se culpo a prepotência que se tornou meu escudo (minha proteção da proteção alheia) contra a pena e compaixão daqueles que tentam por força me estender a mão.
Não sei se culpo meu medo de ser quem eu sou.
Não sei se culpo minha benevolência que associada a falta de experiência sempre cansa as pessoas.
Não sei se culpo meu excesso de apego que sempre me faz temer a hora de dizer adeus.
Só eu sei quantas vezes já sentei-me decepcionado frente a um cristal quebrado com a burrice ou inocência da espera de que ele se reconstrua de novo.
Ou as vezes que eu cuidei de alguém da exata forma que sempre quis que cuidassem de mim.
Eu sou uma folha de papel amassada, jogada ao vento com outras inúmeras folhas de papel perfeitas que voam e bailam no ar sem propósito ou destino certo. Uma folha que espera um dia ser perfeita de novo e voe também para o “lugar nenhum” que as folhas de papel tanto sonham em um dia chegar

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