Vejo no céu marinho a lua redonda com suas bordas de prata.
Seus passos de seda por traz da Cantareira,
Suas facetas beijando profundamente o chão de neon
O brilho alvejante dos seus olhos clareando toda mata.
Onde está, pois, São Jorge montado em poderoso seu cavalo de brumas?
É uma ébria miragem, que vem como som de flauta: das noites e fogueiras.
Dos ritos e tradições,
Das rodas sertanejas de quinta pra sexta- feira.
A lua definitivamente não é de são Jorge!
Pois, ela corre livremente pelos campos espalhando pela madrugada:
Luz e delicadeza
Bebendo água no riacho de domingo a segunda- feira.
Não morreu lá o maligno dragão?
É lenda.
Vento seresteiro que abraça a noite bêbada.
Num beijo fabuloso da imaginação.