ESPELHO DE TOMADA

Simples mortal e quebrável
No mundo dos componentes eletrônicos
Espelho de tomada
Para os mais íntimos;
Reténs para ti
A limitada função
Quando pressionada
De emprestar a luz, ou…absolvê-la
Quando te deste à permissão?
Na mais da ousadia absoluta
Estiveste fincada sobre dois parafusos
Antes estivesse esquecida
Sobre um montante de entulhos imprestáveis;
Quando meus olhos escaparam
Por alguns segundos
E puderam avistar tamanho absurdo
A mais deusa e adorável mulher
Emprestar-lhe algum ato de carinho;
Dotado de soberba repugnante
Tal…Espelho de tomada
Zombou de mim;
Vendedores do mais próximo depósito
Preparem-se para a comissão
Pois a venda de um outro
Espelho de tomada
Será absolutamente inevitável.

Esta poesia foi inteiramente inspirada em uma maldita tarde
Em que uma certa garota emprestou seu carinho
Há um espelho de tomada.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Julho de 2007 no dia 23 Guarulhos (sp)

Inteiramente inspirada em Fernanda Villarim Zacarelli

DE TI TALVEZ

Liberta estas tu de ti
E de mim também;
E lutas contra todos
Teus tormentos
Entre tornar a si
Ou transportá-la, titubeias…
Por ser teimosa tentas até o fim.

Livra-te de ti
E de mim também;
Teu passado torto te transtorna
E te transforma
Metamorfose tensa
Traga dentro de ti
O que de ti te traga
Entregas a mim
Que de ti me compadeço
Não pranteia tristezas em vão.

Traída estás de ti
E por mim também
Tens por mérito tão sonhada sorte
Em me ter e torná-la a morte
Antes não tivestes
O que de ti tomastes
Liberta estás tu de mim
Mas de ti talvez.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Agosto de 2003 no dia 21
Itaquaquecetuba (sp)

O OLHAR DE UMA MULHER

Em cada castanho
De um olhar de uma mulher
Existe um verde da verdade
E um azul da azucrinagem…

Em cada azul
De um olhar de uma mulher
Existe um céu para morrer
Existe um mar pra se perder…

Em cada verde
De um olhar de uma mulher
Tem a saudade de um homicida
E a vontade de um suicida…

Em cada olhar de uma mulher
A ilusão de um pobre coitado
Que pensa ser dono do seu coração
Que por ser homem sonha em vão.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Dezembro de 2008 no dia 01
Village Itaquá

A ALMA E FORÇA DA MULHER

Seria muita pretensão de minha parte subestimar
A ousadia dos teus lábios,
Seria de uma tamanha inoperância
Desvendar os teus pensamentos,
A formosura do teu rosto assusta
Porém meu sentimento auspicioso toma conta de mim,
Não me dou por conta quando meu jeito sacárstico de agir
Zomba dos meus sentimentos;
Nem quando meus pensamentos deixam-se
Extravasar pela transparência de meus atos,
Perder-me na mais vislumbrante beleza
Que teu peito oferece, enriqueceria meu rubor,
Aquele na qual penetrar no intimo da alma de uma mulher
Poderá descobrir na impaciência do seu pulso firme,
E na impetuosidade descontraída do seu jeito de olhar
Estará escondido um tesouro de inigualável valor,
O coração é um barco que leva o homem a navegar
Pelas veias da perdição, onde naufraga no anonimato,
Fazendo o afogar em sua própria dor…
Mesmo dotado de uma experiência que a vida me valeu
Não consigo desvendar a volubilidade do pensamento
Maduro e abstrato que oferece os lábios de uma mulher,
Quantos buscam sorrir ocultando no intimo de seu ego
E acabaram derrotados pela oscilação de sussurros descuidados,
Nas palavras de uma mulher encontrei um convite
No toque dos teus dedos a chave e diante de seus olhos,
Estão as portas da imaginação, as escassezes do desejo,
A enigmática magia de viajar na mais pura sensibilidade
Sinta-se em seus braços, e repouse no acalento de seus seios…
E deixe que ávida lhe pregue um capitulo em sua história,
Portanto não se engane, tens o poder de tocar o seu corpo…
Conduzi-la a um ato pecaminoso, controlar parte de seus sentimentos…
Até mesmo encantá-la por um momento,
Portanto não se engane outra vez, ninguém tem sabedoria o bastante…
A ponto de conhecer o coração e alma de uma mulher.

Uma justa Homenagem a Você Mulher.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Junho de 2001 no dia 19
Itaquaquecetuba (sp)

A HISTÓRIA DA BOLA

Lá vem a bola
Desacreditada de si mesma
Às vezes vem rolando, chorando…
Lá vem ela
Otimista procurando o gol
Insatisfeita e realista
Vem sendo chutada desprezada
Um pouco apressada
À procura do gol.

Lá vem a bola
Indignada por si mesma
Nos campos de pelada
Maltratada e pisada
Lá vem ela
Oportunista e mal intencionada
Protagonista da garotada
Um pouco cansada
A caminho do gol.

Lá vem a bola
Idolatrada, mas não por si
Observada pela torcida impaciente
Adorada e odiada ao mesmo tempo
Lá vem ela

Disputada e disparada
A caminho do gol
Mas a trave desesperada a impede
A incrédula bola
Despede-se do gol

Lá vem a bola
Estática por si mesma
Ansiosa na marca da cal
Com frio na barriga
No momento do gol
Lá vem ela
Espalhafatosa e veloz
Rompendo a linha divisória
É gol… I ki golaço
Como diria Silvério
Alegria de uns
Tristeza de outros
Lá vem a bola outra vez
A caminho do centro
Carregada com tristeza
Por quem a pegou.

Esta é uma justa homenagem à bola
Que num espaço de 90 minutos
Pode fazer sorrir e chorar
Ao mesmo tempo
Uma mesma pessoa.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Agosto de 2003 no dia 05
Itaquaquecetuba (sp)

ADOLESCENTE PERDIDA

Mulher criança que a todos encanta
Dona de um sorriso inocente
Olhar descontente
És mulher de fato em seus atos
És criança crescida , adolescente perdida
Criança mulher que a todos engana
Na escultura do teu corpo
Na bravura do teu rosto
És criança no teu jeito de convidar
És mulher na beleza de deitar
Faz do coração do homem brinquedo
Sem esforço experiência ou segredo
Desejo oculta esconde em seu peito
Menina insolente rebelde e sem jeito
Te quero mulher
Quando me amas a todo o momento
Não te quero criança
Quando brincas com meu sentimento
Te quero criança
Adolescente perdida
Não te quero mulher
Assim ousada e despida
Não importa se és mulher ou criança
Eu preciso te amar
E não perco a esperança.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2002 no dia 20
Itaquaquecetuba (sp)

CANETA VAZIA

Quando minhas mãos teimarem
Em não mais percorrerem
Pelas linhas imaginárias
De um branquicento papel
Onde o vazio se fará presente
E palavras sucumbirão
A primavera multicor
Alcançar o olhar daltônico
É certo que a esferográfica
Manipulada na mão deste poeta
Após ter sofrido enfarto
E cair sem vida
Por todo sangue derramado
Serei-lhe farto de inspiração
Meu coração lhe emprestará
A tinta e ao reanimá-la
Voltarei a colocar no papel
Meus sentimentos por você.

Inspirado em Fernanda Villarim Zacarelli
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Julho de 2007 no dia 26
Guarulhos (sp)

CORAÇÃO DOENTE

Quando dói o coração
Não tem jeito
São lágrimas que vem de dentro
Do fundo do peito
Não sou perfeito
Sou pensamento
Sou folha seca
Que baila no vento
Sem tom, sem cor, sem sabor…
Barco que navega entre a dor
Encalhado no porto
Sem calor, sem amor…
Deveras, eu soubesse
O dia de amanhã, zombaria de hoje…
Esqueceria o ontem
Renasceria depois de amanhã
Mais… Quando dói o coração
O orgulho chora baixinho
De mansinho, bem de mansinho…
É o medo da solidão
Se faz presente todo momento
A transparência do sentimento
Não a hipocrisia, apenas lamento…
Liberdade sofrida de expressão
Os olhos falam o que sente o peito
Pudera olhares em meus olhos
E conversares com meu coração.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Julho de 2002 no dia 22
Itaquaquecetuba (sp)