CLAMOR DO SILÊNCIO…

No vazio inglório e inerte, ouço tua voz!
Choro compulsivo em lágrimas secas no leito,
Sufoca-me o ar, nessa demência insone e atroz.
Onde estás? Arranca de mim o que resta em meu peito.

Sem meu corpo efêmero, minh'alma envolta no véu,
Aflição, angústia em ti nessa busca intensa.
Murmúrios deletérios na negritude do céu.
Sombras que sopram ao vento a saudade imensa.

Teu silêncio gélido desgraça meus dias e noites.
Livre do corpo moribunda… Busco-te, meu amor!
Sigo nessa espera intrépida, de abismos e açoites.

Submersa nesse sono letárgico, fico a tua mercê.
Oh! Por que não ouves em meu sonho, o meu clamor?
Estarei eu, morta ou viva? Responda-me, por favor!

Lu Lena

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