tanto tempo

tanto tempo
sem te ver
eu não consigo viver,
sem ter você.
tanto tempo
sem ter seu amor,
sem seu calor e seus beijos.
tanto tempo sem tocar em seus labios,
sem tocar seus cabelos,
olhar em seus olhos,
e dizer tudo sobre amor.
você deixou saudades, vc deixou amor
você deixou uma parte de mim
porque nunca mais voltou.

Pra onde eu vou?

Venho do sol
Do coração do céu
E é fogo que arde em minhas veias

Venho da noite
Do fundo da escuridão
As estrelas são lágrimas no meu rosto negro

Venho do mar
De um infinito azul
Que segredos eu guardo no fundo da alma?

Venho da terra
Coração de pedra
Deserto sem fim, sem nenhuma flor

Venho de muitos lugares
Venho dos teus braços, dos teus olhos, dos teus lábios
Mas agora estou só
E não sei pra onde vou

JORNALEIRO AMIGO

Jornaleiro sim
Que vende notícia
Da ilustre revista
Se bem ou se mal
Que vende jornal
Que conta mentiras;

Jornaleiro por opção
De bom coração
Não tão bom de pulmão
Um fumante confesso
De opinião e brasileiro
Com sua banca situada
Na avenida amador Bueno;

Nascido de minas
Mais preciso de guaxupé
Companheiro de Ondina
Que tomou por tua mulher
Jornaleiro honesto
Que Deus o tenha
Seu Aldo de todos
Do alto da penha;

Jornaleiro amigo
Saudoso avô
Á que mal lhe pergunte
Por quê à morte te chamou.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
21/maio/2002 Itaquaquecetuba (sp)

HEI VELHO

Hei velho
O que é que há
Não tem importância
Eu estou aqui
Posso ouvir
Os teus pensamentos
As batidas do teu coração
Sinto aqui no meu peito
O que é que há
Está tudo bem
Você deu o melhor de você
Deu-me o seu nome
Está aqui eu guardei
Eu queria lhe falar
Que eu vejo por você
Que eu falo por você
Eu queria te dizer
Que meu sorriso se perdeu
Mas não é tão ruim assim
Vamos continuar
Nos encontrando por aí
Hei velho
Nas músicas do Roberto
É engraçado
Cada dia que passa
Te vejo mais presente
Teu rosto no meu rosto
No espelho
Hei velho
Viva aqui em mim
Pois o teu neto te espera
Quando não mais existir.

Em memória de Aldo Rodolfo Zacarelli
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
13/12/1947 / 10/05/2007 / Village julho de 2008 no dia 24

FAVELA TÃO BELA

Dizez-me querida donzela
Se tu moras na favela
Tão quieta e tão bela
De ruas tão nuas
De noites escuras
De humildes alparcas
De mesas tão fartas
Dizes-me donzela
Se tu vens da favela.

Dizes-me amante donzela
Quando vens da favela
Tão bela e tão discriminada
De beleza assaltada
Jóia feia na vitrine da cidade
Rara escola de futebol
De meninos sem vaidade
Como presos de uma cela
Realidade bruta da favela.

Dizes-me ó linda donzela
Se tu moras na favela
Dos tímidos quintais
Das notícias dos jornais
Não te envergonhe menina
Das moradas da tua sina
Ainda tens uma janela
Em tua favela que é tão bela.

Dizes-me o por quê donzela
Que tu vens da favela
De um bairro da periferia
Tão pacata e tão fria
Da vizinhança corriqueira
Do feijão queimado
Na casa da fofoqueira
Não te quero donzela
Longe da beleza da favela.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli 09/maio/2002

A VIDA É UM POEMA

A vida é uma criança
Que acaba de nascer;
É um choro de viúva
Por alguém morrer;
É à tarde sombria
De um pensamento;
É a lágrima escondida
De um arrependimento;
A vida é a saudade
Que aperta o peito;
É alguém que te espera
Num abraço violento;
A vida é poesia
Solidão que vicia;
É o bater do coração
É o corte do umbilical;
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim;
A vida é uma proeza
Cercada de incerteza;
A vida é prematura
É eterna enquanto dura;
A vida é real ou ilusão
É livre arbítrio de decisão
Por quem escolhe
Ser feliz ou não;
A vida é nada mais
Que a lei suprema;
Do divino Deus
Que a tornou poema.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Dezembro de 2008 no dia 02

Village Itaquá