AS PEDRAS NÃO RECLAMAM

Sentimento adormecido
Repousa dentre outras
E te emprestas o colo
De quem longe chega
Tão fria te entregas
Ao calor de outrem
Que por ser carne, enjoa…
Outras virão com certeza
Mas é certo que a solidão
Também virá
Ocultas-te em ti
Tamanha incerteza
Que em pedaços tuas dores
Multiplicas;
Não podeis nem sentir
Nem tocar
Pedras despretensiosas
Antes fosse como a ti
Que me ocupasse em vida
Sentir, tocar, chorar…
As pedras não amam
Não reclamam
E eu sem você
Maldita saudade.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Agosto de 2003 no dia 28
Itaquaquecetuba (sp)

CLARABÉLA

Não há mais canto de um pássaro
Não há mais canto;
Só a lembrança de um choro
De criança sem acalanto;

A solitária prisão de uma gaiola
Amanheceu gritando de saudade
Do canto majestoso que se foi
Recebendo de presente à liberdade;

Como carta desprezível de alforria
Assinada e concebida pelo tempo
Desapareceste nesta tua valentia
Na incumbência de um falso juramento;

Predestinada pela fria natureza
Cumpriste com brio a tua obrigação
Teu canto sofrido de uma rara beleza
Calou-se pra sempre me trazendo à solidão;

Onde repousas pequena Clarabela
Meu ouvido reclama o teu canto
Diga-me e juntarei as tuas cinzas
E de min’halma extirparei meu pranto;

Pudera fosse eu o Criador
E não partirias do meu lar sem razão
E arrancaria do peito tamanha dor
Trazendo de volta teu canto em meu coração.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2002 no dia 14
Itaquaquecetuba (sp)

CONVIVER COM A SOLIDÃO

Há quem me dera saudade
Não sofresse por ti, e…
Despojasse de minha carne
Tudo aquilo que senti;
Quem me dera…
Pergunto sem interrogação,
Pois quem me ouve
Jamais sentiu algo assim,
Se ti absolvesse
De qualquer culpa, tal saudade…
Estaria traindo o que já vivi,
Mas já não morro
Por ti novamente
Nem te quero pra perto de mim;
Às vezes penso saudade
Que não te quero por maldade
Ao desprezar-te com razão
É que ao lembrar-me do passado
Posso ver-me condenado
A conviver com a solidão.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Agosto de 2003 no dia 16
Itaquaquecetuba (sp)

CREPÚSCULO

Sobre a mesa da áspera madeira
A vela que lhe faz companhia
Empresta seu corpo de luz por inteira
De resina e pavio apagada
Morre debruçada no colo do dia.

Sobre o papel amarelo envelhecido
Descansa a condoída poesia
Quando cai a noite fria de improviso
A pena que com pena do autor
Empresta a tinta
E morre esturricada e vazia.

O velho homem bem que tentou
Tomar inspiração na tal tristeza
A saudade da mulher que amava
É o que restou
Quando o sono pesava-lhe
O rosto sobre a mesa.

Ao dormir no crepúsculo da noite fatídica
A vela se apagou junto à poesia
Talvez em sonho a realidade verídica
Daquele velho homem
Extraia toda a dor
Como da pena que vazou a tinta.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2008 no dia 30
Arujá (sp)

Companheira Saudade!

É a mó remoendo, é a goteira pingando,
É cisterna profunda e o balde a chorar.
São coqueiros ao vento gemendo e dobrando.
É corredeira que busca a baixada e o mar.

É o marruá desgarrado embrenhando o sertão,
São ondas sem fim que estouram ao léu.
São espinhos sem rosas, é rosa sem botão,
São nuvens de chuva escurecendo meu céu.

No compasso que o peito continua marcar,
O coração, de saudade, em si já não vive,
Remói as lembranças que insistem em ficar,
Recordando os mais belos momentos que tive.

Marisco a espreitar, entranhado em fendas,
Cada onda que chega desse mundo sem fim,
Meus olhares anseiam vislumbrar oferendas,
De pétalas que sejam que ela mande pra mim.

Assim a saudade martela e martela,
Assim eu lamento não ser como o vento,
Que agita os coqueiros no caminho dela,
Que acaricia seu corpo a cada momento.

No compasso do peito esse agito é tormento,
De um coração solitário saltitante por ela.
Testemunha presente de tanto lamento,
Oh saudade, saudade, que o tempo congela!

Faz sofrer, mas é lua a alumiar a esperança.
É rebeldia, se a luta quer meu sonho isolar,
Companheira saudade, nessa longa andança,
Clarifica o meu céu até ela voltar!

Manito O Nato

Saudade…

Amor talvez…quando ler estás linhas,estás mãos que hoje as escreve,já estejam fechadas para sempre…
E esses olhos cansados de derramar lágrimas em vão já estejam sem vida…
Sentirás talvez remorso por dado me apenas desprezo,a quem só pedia um pouco de amor,mais nada.
Sentirás saudades da nossas tarde de amor.
Sentirás saudades das noites em que passamos juntos…
Sentirás saudades dos meus lábios que se uniam com os seus,desesperadamente de que aquele momento jamais teria fim.
Sentirás saudade da lua,a mesma que foi cúmplice dos meus sonhos e fantásias.
Mais não importa,tentarei te esquecer,mais continuarei vivendo de saudade…até que a morte lembre-se sempre demim…
Farei de conta que vc foi uma página a mais do meu diario…
Quando a minha inseparavél companheira,lembrar-se de mim.
Verás uma estrala lá no firmamento,do céu brilhando pela sua felicidade,ao lado de quem você realmente ama.
Carinhosamente:Eu.

Espera…

“Estava a espera de um milagre…
Com você retirando suas frias palavras…
Secando minha mais recente lágrima derramada…
E, me olhando outra vez de um modo especial.
Enfim, será que tudo estaria bem?
Tendo você em seus melhores momentos…
E, eu a esconder meus medos de te perder…
Você, não sentindo a vida nos separar…
E, eu te procurando sem pensar…
Por certo estaria tudo bem.
Mas, o mundo que dá voltas…
Fez um giro completo em nossas vidas.
Hoje, não vejo você chegar…
Você não me vê chorar…
E, não consigo acreditar…
Nos enganos em que tentas se agarrar.
Portanto, estou a espera de um milagre…
De que um dia tudo esteja bem.”

Hoje Lembrei-me de Você

Você veio visitar meus pensamentos,
invadiu a minha paz
e fez morada na minha saudade…
Me trouxe de volta um tempo bom,
uma lembrança gostosa de se ter.

Você viveu em minha vida,
numa época em que eu podia chorar
e você estava sempre lá para me abraçar.
Eu não tinha medo, porque sabia
que você sempre chegava para me proteger.
Não temia um fim,
porque você me fazia sentir eternamente amada.
Não sentia ciúmes,
porque na história éramos apenas nós…

Hoje,
lembrei-me do quanto fomos felizes,
e desafiamos tudo em nome do nosso amor.
Desacreditamos em tudo o que nos era apresentado
porque para nós, nada mais era importante
do que viver tudo o que podíamos…

Lembrei-me de como a vida era diferente para nós,
dançávamos ao luar,
éramos duas crianças
a bailar na canção do amor.
Sorríamos com inocência de quem não temia o futuro…

Hoje,
me lembrei de você…

E pude trazer de volta uma emoção necessária
para acalmar meu coração,
só senti coisas boas,
só enxerguei você me amando,
me esqueci da tristeza que tive
quando me disse adeus.

Lembrei-me de você
sorri,
recordei…
Estou feliz
por lembrar de você!!!