A BALANÇO ENALTECE 90 ANOS DE DE

COM LOUVOR
A VERDE ROSA VEM CANTAR,
90 ANOS DE DEÍFILO GURGEL;
COM GANZÁ E RABECA NA MÃO,
ENLOUQUECENDO A MULTIDÃO.

DE AREIA BRANCA PRA NATAL,
PROVINCIANO SE TORNOU.
FOI POETA, ADVOGADO,
FOLCLORISTA RENOMADO.
JUNTO COM CÂMARA CASCUDO,
A NÓS DEIXOU O SEU LEGADO
COM HUMILDADE E BONDADE,
DESBRAVANDO OS SERTÕES POTIGUARES.

GRAVOU, FOTOGRAFOU
A CULTURA POPULAR ADORMECIDA.
E AS LOAS A BALANÇO
TRÁS PRA AVENIDA,
NO BATUQUE DA SUA BATERIA!

INSPIRADO
NA MUSA DA POESIA,
ESCREVEU “OS DIAS E AS NOITES,
BEM AVENTURADO OS QUE SÃO BONS DE CORAÇÃO.”

FABIÃO DAS QUEIMADAS
COM SUA RABECA RESURGIU.
SANTÍSSIMA TRINDADE
DO FOLCLORE POTIGUAR,
DENOMINOU
AOS CHICOS ANTÕNIO E DANIEL,
E A ROMANCEIRA MILITANA
POR SEUS CÔCOS, MAMULENGOS E ROMANCES.

JOÃO REDONDO, BALTAZAR, MINERVINA,
FANTOCHES DE CHICO DANIEL.
AS ALGAZARRAS E OS CÔCOS CANTADOS,
ENCANTARAM O CORAÇÃO DO MENESTREL.

LÁ-RÁ-IÁ…

300 ANOS
DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE,
O PAÍS DO FOLCLORE.
MANUAL DO BOI CALEMBA,
BRINCANTES, BIRICO, CATIRINA…
ENQUANTO MILITANA
FUMAVA SEU CACHIMBO,
ENTOANDO AS BRAVURAS
DE NOBRES GUERREIROS,
REIS E RAINHAS
EM SEUS ROMANCES IBÉRICOS.

FOI CONDECORADO
COM A COMENDA MÁXIMA
DA CULTURA POPULAR.
SUAS OBRAS RELUZEM LÁ NO CÉU!
SALVE, SALVE, DEÍFILO GURGEL.

** Ezequias Félix – Edmundo de Souza – Nuno Bastos.
*Samba Enredo que concorrerá na Escola de Samba Balanço do Morro para o Carnaval 2017.

TOQUE CARTOLA

Tem que hora que bate
Imensa saudade,
E logo me invade
Uma dor sem fim.

Corro para o bar
Pra me embriagar,
Pra tentar não lembrar
Um antigo amor.

Então peço pra tocar
Algo do cartola,
Porque nesta hora,
Eu quero chorar.

Oh, Cartola,
Quanta melodia rica.
Ficamos tão pobres
Quando você partiu.

Mas ao som dos poemas,
Melodias imortais,
É que eu choro os meus ais,
Relembrando meu amor.

E essa dor, essa dor não para,
Por favor, toque Cartola
E me deixe chorar.

*Edmundo de Souza – Selma do Samba.

Meu poema

Estou vivo nesta noite medonha,
de onde não me vem nenhum amparo.

Escrevo este poema para afugentar as horas solitárias,
em que sinto tua ausência, e decepar a forte dor da saudade.

Escrevo este poema esperando que destas palavras nasça algo de belo,
que sopre um vento de refrigério sobre o nosso amor.

Posso sair para contemplar o mar,
até provocar o nascimento da letra de uma bela música,
ter a presença de familiares e amigos.

Mas nada disso me fará menos só,
estou a cada dia mais distante deste mundo,
mas sei que em breve me libertarei,
já até posso ouvir o rumor de novas vozes familiares,
esperadas e desejáveis.

Vou deslocar-me no rumo de minhas ambições,
mas agora neste instante em que transpiro estas palavras que escrevo,
quero somente transmitir minha solidão.

Estou vivo enquanto minhas mãos traçam estas linhas como sinais vitais,
agitam a imobilidade de meu ser.

No momento estou só, sou como uma ilha nas águas da noite,
sinto as caricias das ondas, mas nada escuto,
chegam até mim todos odores que trazem as maresias,
e seus vapores com o vento.

Mas sou uma ilha dentro do escuro,
de todos os lados só existe o grande silêncio.

Mas ainda espero ouvir a tua voz,
que como um pássaro que agitam as suas asas molhadas,
devolvem-me aos olhos lagrimas de esperança.

Eliezer Lemos

ESPERANÇA (Letra de Música)

Que posso fazer?
Que posso fazer
Se não consigo te esquecer?
Se fecho os olhos e só vejo você,
Coisa que acelera
O meu coração.
O que fazer? Não sei…
Qual vai ser minha opção!

Se toda noite
Sonho com você.
Prefiro não acordar
Deste sonho tão bonito,
Parece tão real!

Já nem sei dizer
Tudo que fiz
Pra tirar você de vez do pensamento.
Nem adiante tentar me envolver
Com outra pessoa,
Só vejo você.

Estou vivendo assim
Sempre mantendo a esperança,
De te ter aqui
Outra vez perto de mim.
Estou vivendo assim
Sempre mantendo a esperança,
De te ter aqui outra vez.

*Em parceria com Marcílio Freitas.

MADRUGADA

Pelas madrugadas vou
Buscando esquecer um amor
Que se faz perpetuar
Que no peito ainda está
E me causa tanta dor;
Este amor me causa tanta dor!

Pra que então amar?
Existe o risco de se deixar
E assim você sofrer.
Pra que então querer
Passar o que já passei?

Sigo o conselho que te dou:
Fuja, corra do tal amor,
Evite se apaixonar,
Pra você não terminar
Numa madrugada fria,
Entre drinks e cigarros,
Esperando amanhecer,
Tentando fugir da solidão.

ODE AO VIOLÃO

Mete o dedo na viola,
Quero ver ela falar.
Fraseando nos bordões,
Quero ver ela falar.
Bossa nova, no chorinho,
Quero ver ela falar.
No partido gostosinho,
Quero ver ela falar.
Sertanejo, forrozinho,
Quero ver ela falar.
Qualquer ritmo com carinho,
Quero ver ela falar.

Mete o dedo, seu Luiz,
Bota ela pra falar,
Pois o samba com viola
É gostoso de cantar.

SILÊNCIO NO MERCADO

Outra vez
O mercado parou.
Mais uma vez
O samba se calou,
Tanta gente se entristeceu!
Que fazer com quem já sofreu
Com a dor no peito a lhe torturar?
São órfãos do samba a se lastimar!

Cadê o samba, Iaiá?
Cadê o samba, Sinhô?
Cadê o samba, Sinhá?
Alguém sabe nos informar
O que foi que aconteceu
Pro samba não se apresentar?
Quem poderá nos dizer?
Quem nos dirá?

Estamos sentindo falta,
O samba não pode calar!
Solte seu brado que iremos sambar.

CONFRARIA DO SAMBA

Chame seu amigo, amigo,
Se quiser pode chamar.
Quero todo mundo aqui
Pra curtir o samba que vai começar.

Vai ser um samba de roda,
Uma roda de samba,
Batuque de negão.
Mas também pode vir branco,
Pois o samba tem grande coração.

O samba não tem cor,
Pois o samba é miscigenação.
Nele tudo que importa
É que sempre acabe em grande união.

Veja bem, oh meu amigo,
Se quiser também pode vir pra cá,
Porque essa confraria
Sempre acolhe quem chega pra sambar.

Veja bem, oh meu amigo,
Se quiser também pode vir pra cá,
Porque essa confraria
Sempre acolhe quem chega pra somar.