O POETA ESQUECIDO

Glória retomada, dos céus de imensa dor,
Sei que amar lhe desagrada, me empresta o seu calor.
No teu mar aberto infindo, faz nadar meu coração,
Seus sabores e melindres, caminhos de minha perdição.

Glória enluarada, nas ondas latentes do arpoador,
Peito aberto e desgarrado, asfixiado em seu torpor.
Nas remotas cenas de um cortejo, noites brancas de verão,
Durante o dia remanejo os versos mórbidos da canção.

Criam-se lástimas perdidas, envoltas em suor,
Em paixões e em libidos no peito de um homem só,
Amores soltos e esquecidos na escura obsessão,
Fortes alentos envolvidos em amores da estação.

Criados na retina lisa de uma pele sem visão,
Eternizados na resina transparente de uma pedra em oração,
Ali se prostraram os desatentos olhos de um sonhador, que
Talvez estejam para sempre procurando por um senhor

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