Desde que você se foi
Restou a saudade somente
A fustigar o meu ser
Que procura extravasar
A mágoa através do pranto
E destes versos dolentes.
Você dedicou seu amor
A quem não o merecia
E o meu coração que pulsava
De entusiasmo e alegria
Hoje vive ressentido
Sofre a dor da aleivosia,
Prefere se resguardar
Evitar mais sofrimento
Tem medo de se entregar
Colher descontentamento.
Às vezes, porém, eu me pego
Pensando em amar outra vez
Recuo, sinto o dissabor
De um sonho que se desfez;
Às vezes também imagino
Que você está voltando
Envolta em devaneios…
A ilusão alimentando.
Mediante a dor da perda
Vivo eu nesse dilema
Não sei se me tranco em meu mundo
Sonhando que ouço seus passos
Ou se tento te esquecer
No aconchego de outros braços.