Não se calou a voz de um “escravo”

Olha! Como o dia está belo lá fora
Mas aqui já está escurecendo
Tanto para mim como pra você
Mais eu não enxergo o brilho completamente
Daquela pedra que traz minha liberdade
E de tanto pensar já estou levando a carga de uma má sociedade.

A minha alma sei que um dia irá vagar
Só espero que o meu lamento não seja em vão
Porque nessa mina eu não confio em mim
E muito menos em você
Estou chegando ao poço de trabalhar
E nada ver
E a vida nos faz piada de ter nascido
Mais o homem branco só ver a cor como prestígio.

Agora! Eu trabalho com medo da frustração
Mais a minha ironia sabe que ela habita em meu ser
Medo! Um homem como eu cansei de sentir
Mas a chegada da morte todos teme em si
Para mim será um alívio tê-la aqui
Batendo em minha porta e adiantando o fim

Estarei melhor com Alá ao meu lado
Mas creio que um dia esse homem branco
Irá pagar pelos seus pecados
Zombando de mim e de minha crença
A dor do chicote era a recompensa
De tanto trabalho e suor que eu fazia
Cavando minas noite e dia

Agora! Sim estarei melhor de verdade
Pois enganei “o maldito”
A dor de cabeça fez-me a perder uma orelha.
Mas creio que não foi em vão
Com um pedaço de papel encontrei a salvação
Da liberdade e de meu ser
E hoje escrevo a vida de um homem outra vez
Pois minha voz eu jamais calarei!

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