Belo sempre é o dia
em que nos sentimos renascer,
Sorrir sempre é expressão da alegria
De poder viver e compartilhar este coletivo fazer.
Que vida acontecer poderia
Se da aranha não houvesse a seda, o tecer?
Que clarão de luar haveria
De iluminar as noites e de lembrar o astro-rei a nos aquecer?
Lembra-te!
Ainda que possas imaginar
que tua sombra utilidade não tenha,
repara em um dia de verão,
as pessoas enfileiradas na tênue sombra
de um poste e cada um na sombra
que projeta a proteger o seguinte…
Pois, a sábia lua,
nos faz lembrar o sol que em si se projetou
E vem nos iluminar a noite vestida de estrelas,
Bússola natural a orientar os timoneiros e faroleiros
E a inspirar e da alma brotar poesia e romance…
Ainda que na vida encontremos caminhos de penumbras e sombras
Talvez nesses percursos, mais do que naqueles de luz,
Possamos valorizar a luz que recebemos
E que nem sempre doamos.
Dia primeiro é o dia do trabalho,
Mas, quantos efetivamente podem comemorar ter trabalho nos dias de hoje?
E dado o ter trabalho, que qualidade de trabalho efetivamente nós temos?
E feito o trabalho que transformação fizemos em nossas vidas?
Quais mudanças o nosso fazer coletivo trouxe a vida social de tantas pessoas com acesso aos bens e produtos negado neste mundo regulado pelo mercado?
AjAraújo, Reflexão sobre o que comemorar no dia do trabalho, com este desemprego que nos assola?, Escrito em 01/5/2001.