O FILHO DA GUERRA DE TODOS OS DIAS

O homem joga-se no abismo…
O homem transforma-se no abismo…
O homem foge agonicamente do abismo…
O homem é essencialmente o abismo…
O homem singra caminhos longos, oblíquos, doridos…
O homem, habitando a selva de pedra do mundo iníquo,
É ventania, alegria, caixão, senzala, poesia, fuzil,
Escravos chibatados sobre o pelourinho…
O homem, em facundo desafio,
Posta-se frontalmente ao feral tanque assassino…
O homem: sulcos, dédalos, pedras, espinhos…
O homem pugna contra os doze signos do abismo…
O homem cai e se soergue assertivo, altivo…
O homem, favelas, utopias, trampos, caatingas, Sonoras, Savanas, redemoinhos…
O homem sonha com o sol da dignidade e do altruísmo…
O homem fica preso no templo da vilania e do egoísmo…
O homem trafega pela rodovia da vida-morte em período contínuo….
O homem perde-se entre amores, saudades, vórtices, descaminhos…
O homem floresce como laranjeira, esmeralda, pendão, criptográfico pergaminho:
A certeza jazendo na vivenda do eternal exílio!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
http://palavrasdeumpoetamenor.blogspot.com/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.