Louvor Poético às Obras sem Luz

Está cientificamente comprovado (com fundamentos deterministas) que este texto teria infinito mais valor se fosse escrito por Assis, Drummond ou Azevedo (não necessariamente nesta ordem escolar) e que tal paternidade possibilitaria certos luxos como uso desvairado de aféreses e outras violências gramaticais. Por não ser o caso, este texto é só mais um texto e assim permanecerá.

Nele não serão encontrados sáficos. Alegria, alegria! O leitor não dar-se-á ao trabalho de aliciar os próprios ouvidos em busca de som tônico em quartas, oitavas e menos ainda décimas sílabas regido por um experientíssimo e convicto mestre (de ouvidos igualmente leigos) que jura de pés descalços e juntos que elas estão de fato ali, embora nem mesmo ele as perceba.

E é cortesia da casa alertar o leitor a ausência total de veia poética nas mãos redatoras desta pobre e desgarrada obra que, se humana, preferir ia ser uma reles bastarda a não ser filha dos grandes autores. A falta do pedigree literário torna estas palavras apenas a obra de mais um escritor meia-boca que provavelmente não terá mais sorte que Vincent em sua trajetória em busca do sucesso.

Tais parágrafos não ingressarão em um romance candidato a ser objeto de estudo de conceituados lingüistas dedicados a escrever dicionários inteiros para estudo minucioso dos segredos desta prosa ou menos ainda por alunos de todas as classes sociais que ao “lerem assim, só por cima, passando os olhos” se perguntarão enraivecidamente o que têm a ver com tudo isto e pra quê afinal serve Literatura.

Por fim digo em forma de epodo que esta pobre ovelha cinza não será alvo de elogios e olhos atentos da Crítica que provará por A vezes B que esta seleta Ode às Obras sem Luz poderia ter bem continuado apenas como delírio de um áspero autor que premeditou estas sílabas (e por Deus! Quantas sílabas!!) “apoteoseando” (e neologismando, apesar destas criações não serem tão relevantes por não terem saído da pontas dos dedos de Rosa) todos os autores desconhecidos e obras que cairão no esquecimento tais e quais malfeitores políticos, sociais e religiosos. Obviamente, estes últimos sempre estão cobertos de razão.

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