São de vidro os corações,
transparentes,
inocentes,
não suportam as pedras,
nem os beijos sem amor.
Deslizam a um simples toque
de mão.
Vitrais,
de vidros coloridos,
expostos nas catedrais do tempo,
vagando por entre ruas e vielas,
são simples donzelas
corações sem tormendo.
Não saem do lugar,
vidros quebrados,
corações espedaçados,
pouco admirados,
estilhaçados por alguém.
Ponteagudos,podem ferir
podem machucar,
ainda que sangrem
são vitrais.
Sem moldura,
dependurados na altura,
ninguém os pode alcançar.
Vitrais ausentes,
calados
guardiões de saudade,
imagens de passado
onde descreve a história
de quem,
com fina delicadeza
os desenhou.
Vitrais,transparentes
carentes de amor.
Decentes a espera de amor.
Vitrais,desertos
incertos,aquecidos ao sol
do anoitecer,
nas esquinas caladas,
pouco iluminadas
a espera de um novo acontecer.
Autoria..Jairo Matos.