GRITO

Um grito ecoou
Em meio à multidão
Que transitava pela calçada.

Era um grito de dor.
Envergonhada; mais pela emoção,
Pois para ela, a sociedade olhava…

Logo cercada; chorou.
De cócoras, chegou ao chão.
Ninguém, nela tocava.

Sensação de medo, pelo amor
Que continha no coração.
Percebeu que a hora chegava.

Ninguém cantou.
Ninguém segurou sua mão.
Só, em meio à multidão, estava…

Sentiu que o sangue escoou;
Entre as pernas, a vermelhidão.
A morte chegava?

Não agüentando a dor
Deitou no chão
E a morte esperava…

Da multidão alguém aflorou,
Era sua salvação.
Rapidamente embrulhou o presente…

Seu filho nascera!

(PEREZ SEREZEIRO)
J.R.P.Monteiro – SCSul SP [email protected] [email protected]

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