Eterna segunda-feira

Procuro uma alternativa pra luz
Preso numa eterna segunda- feira,
Há uma força latente que reluz,
Isolada em frascos, se perde inteira.
Meus dias de ouro, perdidos, se esvaem
Em choros saudosos, gotas que caem.
(Choroso desgosto)

Busco a salvação na televisão
Enlatado em uma série estrangeira,
Protagonizo a série sensação
E eu faço mágica, por brincadeira,
E uma overdose de flores e sóis
Surgem traçados em belos lençóis.
(Mas nada é verdade)

Atiro-me no abismo do trabalho,
Entre máquinas e seres jurássicos
Planejo metas, persigo um atalho,
Pra dissuadir os brilhos apáticos
De uma rotina sem gosto nem brio.
Sinto algo incompleto, latente frio.
(Maldito esse gosto!)

Me perco em uma monótona treva
Jogada na solidão do meu quarto,
Porém tem um marco lá fora que uiva
E está me chamando, maduro, farto,
Para brincar no mundo exterior:
Sair da minha casa, sem temor.
(Gigante cidade!)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.