Na noite, o mistério se esconde na escuridão.
Abre sua boca; o dragão,
Dela, labaredas saem…
Por entre elas homens e mulheres
Entram no interior da noite.
Passam pelo fogo que alguns queima,
E pela fumaça que alguns sufoca.
Assim vão elas para a noite de alucinação.
Animal feroz que vagueia sem rumo.
Como o capataz, age de forma algoz;
Só assim se satisfaz…
Come-come, é o jogo da noite,
Quem melhor jogar, ganha,
E sub-julga os demais…
Rumos incertos aparecem
Para os devaneios dos exigentes.
Nas escamas desta fera,
Desce-se pela cauda para o mais profundo
Na escuridão da podridão…
Noite perfeita, ou desastrosa.
Tanto faz!
O que importa é passar por ela
Na alegria efêmera, que nem sempre é real.
Finge-se a si mesmo
Dizendo que a noite,… foi fenomenal.
Difícil é o retorno pelo mesmo caminho.
Voltando pela cauda,
Sobe-se pela escama desta fera.
Outros, de dentro de seu ventre retornam,
Pelas labaredas e fumaça que de sua boca, sai…
Quem não se machuca, queima,
Ou se sufoca na entrada;
Pode na saída se machucar…
Alguns, pela sorte, nenhum machucado sofrem.
Só que o ir e vir sempre,
Pelos rumos incertos da escuridão;
Um dia, um dia quem sabe,
Estará machucado o coração…
(PEREZ SEREZEIRO)
José R.P.Monteiro SCSul SP [email protected] [email protected]