Deus?
Castiga-me teu doce amor
Quando peco em teu regaço
E em tuas entranhas me deleito
De teu peito e toda tua manha.
Afaga-me tua fúria causticante
Quando vingo teu braço
Caído em amargo feito
E teu defeito seja o aço.
Religião e Estado
Pai e mãe do bem e do mal
Nascem Deus e o demônio
E o povo que somos afinal?
Esfregam-se com aquela
Em busca do seu filho inominado
Deleitam-se neste
Para fugir do gêmeo rechaçado.
Ainda não sabem mal
Se mau ou bom qual
Mas tem certeza do bem
De um e do mal que outro tem.
Mas aonde ir?
Mas como chegar?
Pergunto-me para saber
Ou para confirmar?
Será bom o filho que quer o bem
Atiçando seus filhos à beira do mal,
Ou será mau o que tudo tem
E castiga o peco fruto da Terra?
Quem erra?
Quem acerta?
Como saber se somos
Apenas o que não queremos ser?