Colheita obrigatória:

No lar de Madalena uma luz então se fez
radiante, agradecida recebeu o seu tesouro
sagrada incumbência de ensinar a honradez
a honestidade brilha mais do que o ouro.

Transbordando em felicidade ela se entregou
a modelar o caráter e a personalidade
satisfazendo os caprichos e fantasias que sonhou
o seu filho foi crescendo na mais completa liberdade.

Quando alguém trazia ao seu conhecimento
algum deslize referente à sua conduta
Madalena absolvia-o de toda culpa e julgamento
em sua integridade tinha confiança absoluta.

Ele era o seu tesouro, seu filho do coração
tinha o direito de fazer tudo o que queria
peraltice,travessuras,não merecia repreensão
o caminho estava aberto para as más companhias.

A adolescência então chegou,e com ela o dissabor
a semente germinou conforme foi plantada
vai colher os frutos da semente que plantou
frutos em abundância de uma colheita planejada.

Se enveredou nos labirintos desta vida
semeou intrigas nos caminhos por onde passou
mergulhou bem fundo em um beco sem saída
no lar de Madalena uma luz se apagou.

Foi encontrada com marcas profundas no pescoço
espalhadas pelo chão,contas de um colar
no criado-mudo o retrato de um moço
seu filho tão querido matou-a para roubar.

Anotados com carinho nas páginas de seu diário
fragmentos de um mundo onde viveu Madalena
descrevia a liberdade do seu educandário
a página virou,uma luz se apagou,que
pena!

O excesso de liberdade teve o seu ponto final
numa cela isolada no corredor de uma prisão
um prisioneiro ainda moço com seu triste cabedal
arcado pelo peso carrega a cruz da reprovação…

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