Um dia sei que estarei lá, no outro andar deste edifício,
no outro plano deste céu, na outra margem deste rio.
Hei de pisar livremente no outro ramo desta vida,
e qual sabiá derramarei no ar meu canto de despedida.
O poeta renascerá como das cinzas ressurgia Fênix,
com a força e o poder de um amuleto de Ônix
harmonizará o corpo e a alma, o Yin e o Yang,
romperá auroras e sombras no ritmo de um Mustang.
Com a sonoridade das rimas soantes, das rimas toantes,
escreverá seus versos nas pautas infinitas da eternidade,
e libertado de um mundo em transformações constantes
contemplará o surgimento de uma permanente realidade.
Por enquanto estou aqui, neste campo de santas cruzes,
tentando reluzir como um pirilampo na cidade das luzes.
Entretanto não sinto tormento vão nem vã tristeza:
as centelhas noturnas me fascinam com sua beleza.