CENA PESADA

Não posso ficar quieto; sentado,
E desperdiçar a comida
Que aqui é farta
Enquanto lá, é escassa…

A pele grudada aos ossos.
O olhar opaco; frio; distante.
As mãos trêmulas
Unidas em prece errada…

Pois pedem salvação ao morto;
Enquanto o vivo é esquecido.

Crianças, velhos e moços,
Como robôs, vagueiam atônitos,
Tendo como principal fundamento:
Qualquer coisa é alimento…

E isto é visto em todo o mundo.
É um verdadeiro absurdo.
O muito nas mãos de poucos;
E o pouco nas mãos de muitos…

Vi na televisão estampada
Uma cena para mim pesada,
A briga por um pedaço de pão
Entre alguns irmãos…

Essa cena em minha alma
Ficou definitivamente gravada.
Por isso hoje em minha casa;
Não desperdiçamos nada…
(PEREZ SEREZEIRO)
José R.P.Monteiro – SCSul SP [email protected] [email protected]

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