Eu não quero filantropia, já é meio dia
Já não me basta esta miopia, da visão política corrompida
Roubaram o lamento da minha cesta básica
Que de básica não tinha nada;
Tomaram de assalto a minha coragem
Tomaram como se toma um porre, mas que bobagem!
O relógio me faz perder o tempo
E o meu raciocínio continua lento;
Outro dia destes tive uma visão
Não lembro se eu bebi demais
Mas acordei sem disposição
Um jovem que gritava por liberdade na prisão;
De nada serve servir a pátria, tão amada idolatrada
Salve, salve o nosso bolso, e salário atrasado
Ouviram do Ipiranga, mas não ensinaram nada as nossas crianças;
Nossos filhos divididos, nosso hino iludido…
Outro dia eu bati de frente com o espelho e vi minha cara quebrada!
Mas que nada, minha outra face vai ser revelada
Esta manhã não vou acordar cedo, vou acordar eu mesmo;
Vou sentir na pele o sol que me esquece o pão de cada dia!
Deixei o cabelo crescer e fiquei sem emprego,
Cortei o cabelo e nada de emprego;
As aparências realmente enganam. Ou serão os políticos deste país?
Despertai hó jovens desta terra adorada
Se acaso houver penhor nesta igualdade
Vós conseguireis conquistar com braço forte;
Temo que! Morrereis debruçados no seio desta liberdade
Mesmo sendo filhos desta mãe gentil.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Agosto de 2002 no dia 25.