Amor sentimento eterno

O amor é o sentimento imortal da natureza,
onde, em múltiplas formas difundidas,
nos revela os mistérios da beleza em todos os fenômenos da vida.

Como força a que a vida vive presa, é quem, gerando,
para a luz convida os seres que ainda anseiam
na incerteza de uma existência apenas pressentida.

Sente-o tudo, vibrando nas entranhas:
O homem, a fera, a planta, o seixo, o lodo…
Mares, rios, florestas e montanhas.

Amor! Instinto anímico e fecundo da Natureza
– a causa, a essência, o todo…
Corpo de Deus, espírito do mundo!

A vida é esta ânsia, este descontentamento perpétuo;
é o eterno desespero insano da matéria em contínuo movimento,
desde o ser inconsciente ao ser humano.

É esta luta ímprobo, é o vão intento da Natureza
– espaço, terra, oceano
– para atingir,
em forma ou sentimento, um estado perfeito e soberano.

O tempo é a sábia lei que rege e guia tudo o que o amor fecunda,
e a vida gera,
dando forma, emoção, cor e harmonia,
ao ser que vive ou que viver espera.

No seu giro constante,
noite e dia, outono, inverno, verão e primavera,
dá corpo, movimento, alma e energia, ao que é, ao que será,
ou que dantes era…

À sua ação,
vai tudo que é vivente, num anseio incontido de ascendência,
transformando-se transitoriamente…

Amor! Tempo! Forças imortais que do bem veio a nascer!
Perfeição em forma de essência apura no circulo da vida!

Tudo que existe e tudo que palpita na Natureza aspira à luz sidérea;
por isso é eterna onde em germes de amor, a vida habita.

Vida é seiva, é sangue, é luz, é pensamento…
Vida é buscar a liberdade da perfeição do amor,
que é a própria eternidade.

Eliezer Lemos

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