A vida do poeta é como um barco sacudido pela tempestade.
A vida de um poeta é semelhante a um escravo acorrentado,
condenado a remar sempre numa enorme galés.
Suas memórias olham para a juventude longínqua,
como o marinheiro para a riba de ora em diante perdida no horizonte:
suas esperanças, que já impeliam o barco com força para o futuro,
abatem-se agora contra a realidade dolorosa.
A vida de um poeta é como a força impotente dos remos
que se quebram contra o furor das ondas.
Mas o gênio do poeta, voltando-se para as lembranças dolorosas,
Deixando transparecer em humildes palavras todo o sentimento de seu ser;
e sempre acompanhado de suas tristes companheiras;
as esperanças perdidas lhes indicam, de ânimo viril, a ilha da morte.
Um amor incompreendido o faz sofrer amarguras em vida,
transforma seu sangue em verdadeira larva emergindo do vulcão de seu ser.
A solidão é como o negrume da noite sem lua,
um pequeno córrego de águas paradas e lodosas.
A vida de um poeta e sedenta morando em terras áridas,
semelhante ao cacto com sua vida no deserto,
cercado de areias e dunas fustigadas por ventos
que as modificam ao bel prazer;
a vida de um poeta e compreendida por poucos
e ignorada por muitos.
O poeta em sua inteira vida,
tenta ajudar por meio de palavras e sentimentos todo ser racional,
a valorizar mais a vida tanto animada como a inanimada.
Em seus versos e poemas como que lançados ao vento,
não existe sequer uma pequena parcela de ambição,
ganho ou recompensa;
desejando apenas ouvintes atentos,
que tirem proveito de filosofias de vida expressas em suas palavras
que fluem livremente do seu ego.
Assim nasce e vive um poeta em seu brilho,
como um verdadeiro cometa que passa sobre a cabeça de todos,
num ciclo eterno.
Eliezer Lemos