Tão longe não estará o dia
– a hora, o minuto, o segundo, o instante
Tão longe não estará a paz
– a fé, a verdade, o paraíso, o Cristo.
Mas, tão perto de alcançar o tempo,
Que quando menos se espera
Já se passou o dia, a hora,
o minuto, o segundo…
Mas, tão pouca paz
Que a fé a verdade do Senhor não mais revela
Que acena em todos os campos, prados, bosques
e até mesmo nos desertos desta terra tão ferida.
Não que estejamos cegos – olhamos as coisas más
Não que estejamos surdos – no silêncio é que se existe
Não que estejamos mudos – só falamos em possuir.
E num tempo remoto, breve ou eterno
seremos escravos de nossas próprias ações
e o pesar cairá e se abatera sobre os nossos
erros e acertos e mais uma vez …
o Senhor nos perdoará: "eles não sabem o que fazem".
AjAraújo, o poeta humanista em Junho de 1977.