Toda vez que você fica amarga
Eu sinto assim, alguma coisa estranha,
Tipo aperto no peito,
Coisa que eu não sei explicar direito
E que custa tanto a passar.
Toda vez que você chora,
Meus olhos ficam como se marejados
E são sempre lágrimas vadias,
Destas que nos surpreendem fugidias
E que sem mais nem menos teimam em chorar.
Toda vez que você sente saudades
Eu fico aqui a sentir
Esta tal de nostalgia,
Me dá uma inquietude danada
E eu sem saber o motivo
Fico bestando uma resposta
Acabo lembrando do teu rosto,
E fico sussurrando o teu nome,
Resultado: sinto saudades também !
Toda vez que você sorri satisfeita,
Eu sinto que a vida se ajeita,
E um novo ânimo se assanha,
Brotando num sorriso abusado
Que toma conta do meu rosto
Como uma nova esperança pelo ar.
E então, me vejo debruçado em poemas,
Acreditando de novo na magia
Da busca de um caminho, de um atalho
Que me leve direto pro teu colo,
Pra que eu possa me sentir inteiro,
Pois este nosso caso não tem mais jeito,
Fez deste poeta um pedaço,
A outra metade de você.
NALDOVELHO