O peso da Cruz

Trabalho, luta, fadiga, labuta. Recompensa insuficiente!
Bico, raça, sujeira, trapaça, problema. Mais um rato na ratoeira.
Prisão. Coração a palpitar. Concentração. Mente arrefecida!
Condicional, tempos difíceis. Liberdade cedida.
Crucia protelada por infames preconceitos e desrespeitos.
Dificuldade excessiva. Liberdade evasiva.
Trabalho, luta, fadiga, labuta. Recompensa insuficiente!
Possibilidades estarrecidas de necessária sujeira.
Mente arrefecida!
Tristeza no olhar do inquilino do sofrimento a comungar justiça.
Mente arrefecida!
Oportunidade fulminante de celebre retirante,
cruciado por infames preconceitos de estirpe análoga.
Aceitaram-se, sendo inaceitáveis, nessa amoral e hipócrita sociedade.
Negócio honesto de crescimento exorbitante.
Recompensa não mais insuficiente.
Vida respeitável. Caridade adorável. Destino louvável.
Das portas fechadas às mesquinhas mediocridades,
bajulações inconsoláveis, num fim inimaginável.
Da cruz, antes incarregável, à um crucifixo pendurado no pescoço.
Tão leve, sempre fora, bastava pendurá-la no pescoço.

Rafael Figueiredo

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