Ouviram entre zangas às margens ácidas
De um paranóico, um tiro retumbante
Dessa sociedade o mais estúpido
Chegou ao céu covarde nesse instante
Sem o penhor da igualdade,
É difícil acreditar que o pobre é forte
Eu receio, privacidade,
O desafio de viver nos custa a morte
Está tramada
Outra cilada
Salve-me! Salve-me!
Brasil me ponho tenso, caio ínfimo
O amor falta à lembrança, à lama desce
Se o teu formoso é réu, risonho cínico
A imagem do dinheiro o engrandece
Gigante. A cadeia é sua empresa
E eu para encher o bucho há tanto esforço
E meu futuro espelha essa pobreza,
Escancarada!
Entre outros mil,
Sofro com o frio,
Sem chão, sem casa
Com os filhos desse solo és mãe senil
Pátria amarga
Brasil!
Se nos E.U.A. é tudo tão explêndido
Aqui o pobre só vai para o fundo
Usuras do Brasil, chorão da América
Incriminado sou de vagabundo
"Tua terra é inimiga,
Não encontro nem trabalhos sofredores;
O pouco estoque de comida,
Querem me comprar fiado Senadores”
Ó pátria inata,
E dólar trata,
Salve-me! Salve-me!
Brasil, a dor eterna virou símbolo
É bárbaro se ostento um pão roubado
Mendigo vê-de ao dolo dessa flâmula
Jaz no futuro à esmola do passado
Mas, se ergue a justiça lasca o pobre
Verás um filho teu com a vida curta,
E geme, chora, implora à própria sorte
Terra insensata!
Entre outras mil,
Ninguém te viu,
Fazendo nada
Que faça o presidente imbecil
Paz armada ao Brasil!