Balada De Um Condenado

Pisando no nada
Sonhando com o infinito
Em alguma estrada sem rumo
Minhas pegadas são só
Traços feitos à pó
Coração abalado
Quase acabado
Atrás de quem tenha dó

Ando sozinho
Vítima de cegos carinhos
Um velho peão atrás de abrigo
Dando tiros à esmo
Escondido ao vento
Sem causar nenhum mal
A não ser a mim mesmo

Olhos distraídos à luz do verão
Que me seduz
Beijando o horizonte
Que me conduz
Faz calor
Depois faz frio
Áspero e fino
Como um sal
Luto contra o guerreiro
Que há em mim
Um estranho cavaleiro
Em busca da espada
Que separa o bem do mal
Para que o meu fim
Não seja assim
Tão ruim
Tão fatal

Queria ter aprendido
A escapar desse precipício
Eterno vazio
De um coração sem juízo
Vivendo calado

No que sobrou
De tudo o que passou
Na balada desse condenado
Que eu sou

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