MANUSCRITOS PERDIDOS

Quantos gritos ainda preciso ouvir?
Em quantas mãos ter de ser impressa,
a marca lasciva e violenta de um toque forte e quente,.
Para finalmente olhar nos becos da consciência,
A vaga memória perdida de um carinho devastador?

Se olhar fosse sentir, olharia mais e mais o seu retrato.
Lembraria com ternura um instante que não há muito, passou.
Fiquei cego com a ilusão de viver uma nova vida!
Ter o que de fato não tenho, só para saborear um pouco,
E ao mesmo tempo sentir o vento que desmancha meus cabelos.

Não foi ruim trocar de lugar com o rocinante.
Até pensei que pudesse estar carregando o rei da espada encantada,
Mas o que pude perceber é que me transformei no cavaleiro da triste figura.
Os moinhos de vento me jogaram para o alto,
E a cada cavalgada certa, certo foi o meu prazer.

Somente a chuva de inverno é que me fez parar.
Ainda que me visse por inteiro e não tivesse ali outro de mim,
Saberia que não foi apenas um começar noturno, mas
uma força que aproxima o despertar
num dia talvez sem graça, sem fome e sem farsas.

Agora o mundo solicita os esforços dos legionário sem general
Talvez devesse ainda digladiar ou quem sabe dormir,
entorpecido pelo cheiro do vinho e hortelã
Mas o que posso fazer abandono,
e tudo aquilo que abandono gostaria que fosse possível fazer.

Assim me enquadro nesse quarto,
Durmo o sono nostálgico de quem já gritou, bradou, apanhou,
E finalmente se despediu da realidade abstrata, desse mundo caótico
E desse louco momento cego entorpecido e inexato.
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Manchete

Sabe da boa
Sabe da nova
Agora eu descobri
Porque todo amor que sentias
Não quisestes dedicar a mim
Guardo a resposta
Na palma da minha mão
Mas nunca irei te dizer
Mas quero que saibas
Que você matou um grande amor meu
Amor que eras somente seu
Mas com esse amor morto
Irei sepultá-lo
A culpa foi sua
Meu sonho agora morreu
Você sepultou algo
Que sempre foi seu
Irei escrever uma machete
Explicando o finado amor meu!!!
“Eis hoje sepultamento de um amor que nunca viveu..”

Distante de Ti

Eu fui feliz
E agradeço
Porém descobri
Que não te mereço
Não sei porque
Nem oque fiz
Mas sem vc
Sou infeliz
Pelos poucos momentos
Que ao seu lado passei
Chorei por cada um
Quando os recordei
Distante de ti
Sem teus carinhos
Meus olhos são tristes
Vagam sozinho
Meus lábios o chamam
O coração também
Minha mente reclama
A falta de alguem
Esse alguem é vc
Meu pedaço de vida
Meu pequeno mundo
Minha dor sentida
O que vou fazer
Sem vc ao meu lado
Sem teus carinhos
Sem teus cuidados
Sinto saudades
Mas oque vou fazer?
Se não me amas
Procuro entender
Agora sozinha
Penso em vc
Nos momento que ao seu lado passei
Lágrimas molham-me a face
Sinto no coração…angústia…saudades…solidão
Minha vida se resume
Numa doce recordação
Pra vc tinha sempre o melhor sorriso
Pra vc tinha sempre os braços abertos
Queria agora envolve-lo num abraço
Queria agora senti-lo bem perto
De meu peito… de meu corpo
Queria agora sentir as Batidas do seu coração
Mas meu amor… que ilusão
Não é com sorrisos
Que vou fazer me amar
Não é porque quero teu carinho
Que tuas mãos vão me acariciar
Não é porque te espero de Braços abertos
Que vc irá chegar
Você se foi…
E eu deixei ir
Não lutei.. não perdi…
Mas chorei e senti
Quando vi vc partir
Amar vc é viver
E mesmo sendo infeliz
É gostoso sentir
Mas também é penar
Por vc não me amar
Por vc não sentir
Oque sinto por ti!

E AGORA?

Busco na fonte um pouco de água pura para que eu possa beber,
Sinto na fronte a noite escura e sem lua onde posso me esconder.
Para fugir de mim! Para fugir do eu que me consome sem que possa ao menos entender,
Ando sozinho para que ninguém me siga e acabe descobrindo aquilo que não quero mostrar
Se correr sei, o cansaço será meu algoz

Sei também que antes de chegar ao deleite, terei esgotado todas minhas possibilidades, Anseios que não me correspondem,
E em palavras que não me satisfazem.
Sinto como que atingido por uma cimitarra que acabou de me partir em dois.
Minha alma também se dividiu e, tenho dúvida, se ainda está aqui,
Meu espírito me consome todos os dias, e todas as noites o procuro outra vez,
Mas ele esconde-se como se quisesse brincar comigo numa aventura desleal.
Por mais que eu tente, já cansei de brincar.

Essas diversões juvenis não são mais somente ilusões.
Acho que voltei a ser criança!
A bem da verdade não sei se um dia deixei de ser.
Mas agora me encontro outra vez escrevendo nomes em cadernos e sentindo calafrios.
Outra vez me buscaste!
E agora não quero lutar!
Seria inútil se tentasse, se desastroso conseguir levantar.
Quantas vezes na vida poderemos experimentar o veneno crotálico daquele que nos entorpece? Daquele que nos atordoa e nos encanta com seu chocalho.
Será que algum dia teremos tolerância
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MIRA

Aqueça-me o coração fadigado,
Encontre-me, e busque um meio de me fazer feliz.
Tenho estado tão descontente!
Tenho feito tantas perguntas!
Como posso cruzar o mar se não sei nadar?
Busque-me e encontrarás o conforto para sua carência.
Poderá ser num colo, carinho ou abraço que não pude outrora lhe dar.
Quem criou o frio, criou também o calor, é por isso que persistimos.
Não sei por quanto tempo isso vai continuar.
Não importa quanto tempo dure;
Apenas que ele pareça uma eternidade desconhecida demais para desperdiçar
Abrace-me o mundo e tudo o que nele há,
E estou certo de que há de ser melhor assim.
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PALPITA MISTÉRIO I

Acho que sou Jacó deitado em seu próprio leito de amor.
Irmandade precoce, sentimento tardio,
Penso que gosto de você, mas o que realmente sinto não sei dizer.
É estranho pensar assim, é estranho que tudo esteja tão perto de mim!

Eu vi você, mas me perdi, e o seu reflexo nítido eu também pude ver.
Só não percebi que ele me tomava desmedido,
como um sedento que encontra seu oásis após dias de caminhada.

Como poderia eu saciado ainda sentir fome?
Acho que fui enganado mais uma vez!
Sou escravo do meu peito, prisioneiro do meu coração!

As promessas ficaram perdidas no meio de um vendaval de perguntas,
Que eu não soube responder.
Escorreguei meus dedos pelos seus cabelos
enquanto perguntava-lhe: “Se eu fosse embora amanhã você se lembraria de mim?”

E entre histórias que ecoam pelas guitarras em belos solos,
pude perceber como era gracioso também seu sorriso,
Você é carente como eu!Você me entende e é o que eu sei.
Na verdade, é o que importa.

Cada vez a conheço mais, Cada vez mais quero conhecê-la,
Desvendar seus mistérios é tudo o que eu poderia fazer.
E talvez eu até revele os meus, e consiga me mostrar por inteiro.
Oculto nessa imagem que represento, palpita o que verdadeiramente sou!
Eu só queria um amor, um amor calmo e sereno.

Luto com Esaú, sei que ele me perseguirá,
Mas como negar o gosto que tomei pela guerra?
A luta está sendo travada, e o único que tomba é esse que escreve.

Fui ferido, fui alvejado,
Estou em perigo, estou quebrantado,
E quando chegar o dia, cada passo parecerá uma lâmina,
mas também será o rumo do desconhecido, o rumo de seus beijos
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PALPITA MISTÉRIO II

Amada amante, dançarina de um país distante,
Abstração incontável, doce lamúria musical indecifrável.
Como quisera eu te descobrir, como quisera te envolver.
Dentre as lágrimas vertidas pelo choque do teu olhar,
Acertas cada vez mais a morte, aquele que ousa te amar.

Morena serena de cabelos compridos e pele suave.
Serena, salina, veredas.
Quem se fizer louco buscará tê-la,
Quem se fizer lúcido tentará detê-la
Até agora não sei o que o busquei, o que encontrei ou o que espero.

Escárnio ímpio! Oferecida fostes a Jacó e aceita por Esaú
Como um prato de guisado dado a um mendigo faminto,
Uma trama de sabores fortes que pelo mais alto direito foi vendida.
Jacó se escreve com o tempo, se forma como o vento,
Avança diante da inquietude ébria da alma suplicante.

Esaú é pobre vítima que se faz faminta de amor,
Preso nas armaduras que cada toque do olhar mostrou.
Jacó andou solitário, vestido e despido num itinerário,
Que sua consciência em vão julgou.
Jacó e Esaú, Esaú e Jacó, Jacó e Esaú.

Mais uma noite sem fechar os olhos
Buscando lembranças que revivam os dias áureos
Onde cada passar das horas era acompanhado da pura emoção.
Se fosse a noite inteira, se fosse toda a tarde,
Eras linda, eras sol, eras chuva! Incontrolável furacão.

Na estrada próxima ou nos mares distantes onde sempre há um porto seguro
Tuas mãos macias, teu olhar constante, se chocam em meus instintos,
Que há muito desliguei do tempo.
Cativam minhas dores presas num labirinto que não está no ouvido,
E elas procuram Teseu piedoso para que as possa libertar.

Por que não és Desdêmona de Otelo?
Assim o príncipe mouro poderia te matar e eliminar todo o resquício do teu sabor.
Que ficou preso em meu corpo, dourado em meus lábios
e como uma lembrança que não quer se perder, agarra-se todos os dias
e firme como uma âncora no fundo do mar hesita em me deixar em paz.

O riso se tornou pranto,
O abismo se tornou canto,
A bela se tornou fera,
O presente se tornou espera,
O cisne se tornou branco,

Tornou-se o beijo ósculo santo, e cada manhã que era uma nuvem de sorrisos,
Agora é uma manhã de acenos e improvisos.
Cada som, uma lágrima, cada cheiro um torpor,
Cada beijo uma lembrança perdida buscada pela mão acusadora,
E das entranhas cintilantes da alma renascida se ouve o último suspiro de dor.
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LOUCURA

Ela veio devagar, mansinho,
Nem sei se podia entrar,
As portas escancaradas foram o motivo,
Que fizeram ela me conquistar.

Jamais tomou a luz do sol,
Jamais deixou alguém sofrer,
Na sua partida pela estrada reta,
É que muitos ousam se perder.

Onda ela está agora?
Para onde ela correu?
Estaria solta pelo mundo afora?
Ou presa num sentimento meu?

Pobre menina de lábios rosados,
Cabelo comprido e sentimentos soltos,
Traz em sim o coração cortado,
E o amor que sente pelos outros.

Já nem sei mais quando a vi,
Perdida numa calma desleal
Talvez ela nunca esteve aqui,
Mas eu estive no espaço sideral.