Eu estou nua
Como a lua.
Solitária no meio daquele céu repleto de estrelas!
Enquanto elas brilham e cintilam
Eu estou fosca.
E enquanto fumegantes comentas
Velozes vagueiam ao meu lado
Eu estou estática.
Sintética.
Paralisada.
E silenciosamente em minha solidão te observo.
Agora tão tão longe de mim!
Oh astro ígneo fogoso!
Tu que por horas és o único que me iluminas
E eu humildemente reflito teu brilho
Em uma vaga lembrança
Do cintilar que um dia eu também tive.
Conformada me decomponho
Resignada em ser apenas uma romântica lembrança
Do que um dia eu realmente fora.
A Amazonas destemida das histórias incontáveis!
Meu mundo lunar é frio e dolorosamente solitário.
Como um corpo em decomposição me decomponho.
Enquanto minha bela alma
Sonha… ah… sonha… e voa alto!
Ansiando feliz
Pelo dia em que nascerá de novo!
Clarice Ferreira
o blog
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