ILIMITÁVEL

Se fosse, mas não é,
Poderia ser,
Ser o que foi, o que aconteceu,
Para viver o que se pensou,
E entrar onde nunca se imaginou.

Saber que se pode ouvir sons que ecoam pelo espaço afora,
Sentir os sabores mais variados,
As formas mais interessantes, os lugares mais obscuros,
Que seja! Que aconteça!

Que se permita andar,
Vaguear sem compromisso,
Ser um viajante incondicional,
Que explore o mundo desconhecido,
Que conheça o mistério,
Mistério de saber que não há nada limitável

Conhecer as alturas, habitar o ninho dos rouxinóis,
Cantar com eles,
Partilhar da liberdade de se ter asas, usa-las
Viver para que sempre se avance,
Avançar na estrada da satisfação, dos sonhos,
Sonhos estes que tem como barreira o ilimitável.
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EU

É no silêncio que encontro paz, A vida passa sem que eu possa ouvir,
São momentos de solidão, E eles só me fazem refletir.
Sobre tudo o que passei sobre tudo o que perdi.

Vejo cenas inexplicáveis, Todas elas, eu vivi.
E quando noto que estou aqui me impedindo de viver feliz
Sigo triste minha solitária via, um labirinto pleno de nostalgia.

Vida só! Ouço um gemido, mas não é só.
São momentos que vem e crescem, não se vão jamais,
Tendem a aumentar, transformar o ser.

História real que se chega, para nunca mais partir,
Permanecem e fazem com que a solidão seja a única companheira
Pois só comigo tenho a certeza de que nunca ficarei só.
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ADEUS POETA

Adeus poeta!
Seu sangue corre pelas valas do senso comum;
Adeus poeta!
Você deixou seu tempo fugir em vão,
Quando como um animal faminto, corria atrás das métricas e rimas.
Adeus poeta!
Que nesse desencontro todo perdeu o seu criar;
E no solto desejo de abandonou sua arte de sonhar.
Adeus poeta!
Despediu-se, quando julgou a poesia com limites humanos,
Tentando assim transformar em mortal, aquilo que é divino,
O mundo não se lembrará do poeta prático, dogmático,
Mas daquele que com os olhos ardentes da alma enxergava cada suspiro de sentimento,
E procurava na sua forma livre, demonstrar o que mais alívio lhe trazia.
Adeus poeta!
O tempo lhe dirá, as letras lhe dirão, as linhas gritarão,
Pois chegará neste instante o momento de dizer tudo aquilo que contido esteve,
E que finalmente ganha a forma de fino ouro e puro metal.
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INFÂNCIA

Crianças com corações maquiados,
Com olhos abertos e mentes fechadas,
Busquem no bosque sombrio a energia que lhes falta.
O que somos, senão crianças, ignorantes acerca do próprio destino?
Nesse dia em que a chuva coroa o céu e a terra,
Estou ao lado da histórica meretriz,
Buscando por pouco tempo informações sobre sua fonte.
Minha cabeça, contudo, está me traindo,
pregando-me peças que nem sei dizer.
Só sinto que não sei como sentir.
Não teria direito de ser assim,
mas nunca estamos sós, e agora não seria diferente,
Apenas uma nova porta de um novo ciclo.
Pena que não posso afirmar por quanto tempo devo aguardar,
para um dia tudo se fechar ao meu redor,
Talvez então eu possa notar que sou simplesmente alguém,
cuja história de fracassos e vitórias, ninguém saberá.
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E AGORA?

Busco na fonte um pouco de água pura para que eu possa beber,
Sinto na fronte a noite escura e sem lua onde posso me esconder.
Para fugir de mim! Para fugir do eu que me consome sem que possa ao menos entender,
Ando sozinho para que ninguém me siga e acabe descobrindo aquilo que não quero mostrar
Se correr sei, o cansaço será meu algoz

Sei também que antes de chegar ao deleite, terei esgotado todas minhas possibilidades, Anseios que não me correspondem,
E em palavras que não me satisfazem.
Sinto como que atingido por uma cimitarra que acabou de me partir em dois.
Minha alma também se dividiu e, tenho dúvida, se ainda está aqui,
Meu espírito me consome todos os dias, e todas as noites o procuro outra vez,
Mas ele esconde-se como se quisesse brincar comigo numa aventura desleal.
Por mais que eu tente, já cansei de brincar.

Essas diversões juvenis não são mais somente ilusões.
Acho que voltei a ser criança!
A bem da verdade não sei se um dia deixei de ser.
Mas agora me encontro outra vez escrevendo nomes em cadernos e sentindo calafrios.
Outra vez me buscaste!
E agora não quero lutar!
Seria inútil se tentasse, se desastroso conseguir levantar.
Quantas vezes na vida poderemos experimentar o veneno crotálico daquele que nos entorpece? Daquele que nos atordoa e nos encanta com seu chocalho.
Será que algum dia teremos tolerância
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A DUE

Nós saímos numa noite em que a lua negava-se aparecer,
Fustigada pelo brilho de uma viagem que abandona a razão.
Corremos pela rua, que toda escura parecia nos esconder.
Escondia-nos das pessoas, dos palpites, e da figura do amanhecer.

A história foi mais ou menos assim,
Quis mandar você pra longe, e você voltou pra mim.
Não importa se pensando nos anos 60 ou nas cruzadas cristãs,
No apego imediato, nas amigas de almas irmãs,

Tudo é tão imediato, tudo é tão real,
Foge de um simples pensamento num momento sem igual.
Desperta o sentimento de um dormente sonhador,
Preso nas falhas da vida, contada por um historiador.

Lembro das noites e das manhãs,
Dos dias que lamentavelmente passaram rápido demais.
Como uma despedida angustiada de um tempo que não volta atrás.
Mas não impede de lembrar, de viajar e de sonhar,
E cada lembrança, cada recordação trará em si uma forma de reviver.

Saímos com passos firmes de quem diz a si e ao outro não,
Acertamos os ponteiros, as horas, o pedido da emoção.
Eu pensei no sonho bom que a noite foi.
Mas o sol trazia consigo imagens que não se perderão
O tempo nem sempre nos ajuda, nem sempre é bom,
Mas cada minuto hoje, é a memória de que nenhum desses instantes foi em vão.
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DOCE SONHO

Quando vi você, meu coração se abriu,
Permitiu que eu traçasse novos planos,
A olhei como única.
Senti como se pudesse tocar o céu, e acho que poderia,
As luzes ficaram sem brilho, no instante que lhe direcionei os olhos.

Meu desejo era que fosse real,
Pois todos os instantes pareciam uma ilusão,
Me dei conta de que não eram,
Mas os sentimentos internos demonstram isso,
És bela demais.

Parece mágica, parece música,
Que ecoa e permitem que suas notas marquem,
Como eu queria que o céu nos envolvesse,
Criasse uma atmosfera de sonhos, para que o sentimento fosse mútuo,
E permitisse uma aproximação,
Para que as palavras penas ditas,
Se transformassem e m história vivida.
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POBRE DIABO

Acho que estou bem,
Pode até não parecer,
Abraço forte os seus braços
Eles estão a me esconder; e eu espero!

A rua está vazia,
Não tem carro e nem condução,
Esperei por todo o dia,
Para tomar você pelas mãos; como eu quero!

Eu sei, eu sei,
Você diz que é muito tarde.
Não posso esquecer.

Mas o que eu faço?
Sem o beijo e sem seus laços
Que me fizeram enlouquecer!
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