Navegando no céu serenamente
vão as nuvens iguais a caravelas
Com o vento estufando suas velas
atravessam um grande continente
Quando o sol vai chegando no poente
ele espraia uma luz alaranjada
Uma escala de cores é pintada
com esmero na tela da paisagem
É sem par o encanto dessa imagem
pelo céu e o lago emoldurada
Na descida o sol com sutileza
o final do seu turno anuncia
Mas a graça da sua poesia
nesse ato não perde a natureza
Por mostrarem toda sua pureza
cada estrela é um raro diamante
No avanço da noite incessante
quando é pleno seu escurecimento
nessa concha maior do firmamento
é a lua uma pérola gigante
Ao depois quando a doce madrugada
antecede os primores da aurora
uma a uma as estrelas vão embora
pois o sol já retorna da jornada
Novamente a natura é matizada
pela sua paleta reluzente
Quando já se afasta do nascente
lá no alto as belezas mais singelas
são as nuvens iguais a caravelas
navegando no céu serenamente