DE SUPRESA

O navio ancora próximo à praia.
No barco a remo, vamos todos…
Estamos próximos, já sinto a areia
a raspar o casco do barco.
Na praia, descemos todos.
Um a um, vamos inspecionando
cada centímetro daquela praia.
Ao adentrar a mata à frente,
deslumbro uma linda cachoeira!
Depois de extasiadamente
observar tão linda paisagem;
desço pela margem do rio
seguindo seu curso…
Por entre a vegetação existente,
deparo com o mais lindo retrato!
Uma bela jovem
a banhar-se no leito do rio.
Como o lobo, a espreitar a presa,
observo o seu banhar.
Quando afunda, seus longos cabelos
espalham-se sobre a água
tal qual uma vitória-régia.
Quando emerge, seu rosto
em contraste com a luz do sol,
reflete nos pingos, lindos arco-íris…
Sua pele morena, bronzeada,
deixa transparecer a bela nudez
do corpo feminino.
De repente, sinto como que
um golpe na cabeça , e desfaleço.
Acordo em meio a uma multidão.
Não entendo o que falam…
Uns, dá pra notar a raiva.
Outros, dá pra notar a contemplação.
É uma vila, e eu estou no meio,
como numa praça.
Estou sendo julgado pelo meu ato falho:
"Observar a beleza às escondidas."
Quando percebo que a sentença foi dada,
olho para os lados, e vejo o motivo do meu erro,
sentada de cabeça baixa.
O carrasco se aproxima com o machado;
já sinto a cabeça saindo do corpo…
Junto dele um casal idoso,
gritando e apontando para mim.
Gritam: BRIGKEIA; BRIGKEIA…
O frio corre pela espinha,
o suor escorre pelo corpo…
De repente os amigos de navio chegam,
rindo, contentes, bem vestidos.
O capitão batendo em meu ombro diz:
– Parabéns rapaz; conseguiu, vai ser rei aqui…
somos seu padrinhos.
Aquela deusa em forma de mulher
é trazida e colocada ao meu lado.
Nossos braços são amarrados com cipó.
Depois de algumas palavras
pronunciadas pelo chefe local,
o carrasco de um só golpe,
corta o cipó……. – Estou casado!
(PEREZ SEREZEIRO)
José R.P.Monteiro – SCSul SP
[email protected]
[email protected]

SOLI DAO.

SOLIDÃO

VOZ SILENCIOSA DE UM ESPÍRITO SAUDOSO;
QUE CLAMA PELO RETORNO À PÁTRIA VERDADEIRA;

LÁ BAILAM OS ALEIJADOS DO CORPO;
ENXERGAM OS CEGOS DA CARNE;
LÁ OUVEM OS SURDOS, FALAM OS MUDOS!

MAS ACALMA-TE;
PEDISTES OUTRORA PARA NASCER;
ÉS HOJE ALUNO DESTA ESCOLA TERRENA;

TEU NASCIMENTO; TUA MATRÍCULA;
TEU ÓBITO; TUA LIBERTAÇÃO!

COLHE APRENDIZADO;
AMA O QUANTO PUDERES;
PREPARA UM RETORNO FELIZ!

SE TE SENTES SÓ;
EVITA AS LAMURIAS;
NÃO CHORES MAIS!

TRAÇA NOVOS RUMOS;
CULTIVA OS BONS PENSAMENTOS;

SEMEIA O BEM;
COLHE OS FRUTOS DO AMOR!

ESTÁS AMPARADO;
JESUS SEMPRE AO TEU LADO;
ATÉ NOS MOMENTOS EM QUE TE JULGAS SOZINHO.

Samir P. Salim
26/02/13.

Anjo ou Demônio?

Olhei então para o céu…
E encontrei uma lua linda… Tão lucida
Quase completa e tão luminosa
Em meio a aquelas nuvens tão escuras,
Tão pesadas que corriam em câmera lenta
À tapar Lua tão cândida… Plácida.

“Hoje não é dia de lobisomem…
Já que não esta inteira lua faceira,
Não ainda“… Pensei rindo de mim mesma,
Fantasia de criança… Bobeira minha,

Pisquei e num instante depois
Como num conto de terror
O céu tinha rosado todo…
O céu sangrava de ponta a ponta,

“Uns dizem que é porque vai esfriar
No dia seguinte“ … Bem convincente,
Mas um torpor pela espinha acima,
Do âmago um pressagio chegando,

“Tem quem diga que é hora de vampiro
Sair de seu sepulcro a procura
De matar sua fome de sangue puro”,
Mas no que acreditar é o perigo,

Um uivo ensurdecedor foi entoado
A poucos quilômetros, quem sabe metros,
“Mas hoje não é dia de vampiro?
Como pode lobisomem dar as caras?”
Pensei boba toda eriçada, paralisada…

E uma overdose de adrenalina borbulhou,
E algo respondeu frio ao pé do ouvido:
“E quem disse que vampiro e lobisomem
Não é a mesma anomalia?”

E já havia começado… A caçada…
O caçador já encontrado sua presa…
E a caça não tinha consciência do cerco,

Foi quando ferveu… Êxtase e medo…
Dor e prazer… Vertigem e sede de mais…
Mais? … Mais o que?
Mais daquele olhar a me impelir…
Mais… Daquela boca na minha ardendo…

Gozando dum pomo jamais degustado,
E eu só queria mais… E mais…
Mais daquela hipnose… Beber… Ceder,
“Mas enfim… o que era aquilo?
Anjo ou Demônio?”
"… Meio Angel… Meio Damon”!

Corpo

Do calabouço onde vivo
Vejo as estrelas brilhar
Na esperança de um dia
Poder voltar a voar;

Tenho saudade dos tempos
Quando eu podia bailar
Naquele plano da vida
Pra onde eu ei de voltar;

Do calabouço onde vivo
Sonho em um dia voar
Prisão bendita da vida!
Que ainda preciso habitar;

Por este corpo querido
Aos céus eu ei de louvar
Prisão bendita da vida!
Que o tempo irá libertar.

Samir P. Salim
07/08/12

A expressão da verdade

No tic-tac do tempo no compasso ininterrupto
Tornando em eternidade, os segundos e minutos.
Transformando em cinzas a matéria perecível.
Onde estão os carrascos cruéis da inquisição?
Que mataram sem piedade os indefesos cristãos
Derramando sangue num espetáculo inconcebível.

Onde estão os juizes que condenaram Jesus?
Ao martírio cruel morrer pregado em uma cruz
Onde estão os algozes que abriram as feridas
Onde os ditadores que semearam sobre a terra
A discórdia originando em devastadora guerra
Transgredindo as leis que regem nossas vidas.

Por certo todos passaram para o esquecimento
Um só permanece, é lembrado a todo o momento.
Não pela força e arrogância, mas pela humildade.
O mestre Jesus Cristo, o humilde por exelência.
Pelas suas palavras pronunciadas com eloqüência
Permanece entre nós como expressão da verdade.

PROVAS E EXPIAÇÕES

Assim vou argumentando com minha doce amada
Elogiando o seu caráter, as suas nobres virtudes
Mas ela não aceita vive contestando contrariada
Disse que com meu romantismo ela não se ilude.

Eu insisto nos elogios, destacando sua nobreza.
A sua dedicação e o comportamento exemplar
E peço aos céus que na esperança e na certeza
De tê-la novamente quando aqui me reencarnar.

Então a sua paciência atinge o seu ponto final
Esbraveja e comenta que não merece esse mal
Tudo que ela devia já pagou com preço dobrado.

Eu fico monologando, ela não deixa de ter razão.
Eu sou na vida dela a sua prova e sua expiação
Ela é na vida minha o anjo por Deus me enviado.

O gato e as avezinhas

Observo o comportamento do gato no telhado
E o gato observa as aves pousadas na antena
Espreita sorrateiro com movimentos estudados
Em poder abocanhar a maciez de suas penas.

O gato no caminhar macio de um autêntico felino
Aguarda com paciência um descuido, um vacilo.
As aves alheias cantarolando num gorjear divino
Não percebem o bichano no seu esperar tranqüilo.

Assim age o obsessor no campo da mente humana
Espreitando do invisível a criatura frágil e leviana
Espera paciente o momento certo da abordagem.

Aquele que vacilar ficar ao alcance de seu domínio.
E não for forte o bastante para safar do seu fascínio
Será presa fácil, desses predadores da libertinagem.

A SENSATEZ

Agradecer a Deus é poder ver tudo que nos rodeia
Agradecer a Deus é poder ouvir o som da natureza
Poder sentir e contemplar toda exuberante beleza
Agradeço a Deus por sentir sua luz que me clareia.

Agradecer a Deus é poder caminhar por essa vida
Agradecer sempre a Deus e respeitar as suas leis
Usando a inteligência o livre arbítrio e a sensatez
Assim agradeço a Deus por essa graça recebida

Agradecer a Deus é saber ser útil ao semelhante
Poder compreender que todos somos importantes
Agradecer a Deus é seguir os preceitos de Jesus.

Agradeço pelos dias que se renova em minha vida
Em poder ver e sentir a natureza vibrante e florida
Desfilando sobre a beleza deslumbrante dessa luz.