Ah, que subida tão árdua,
pedras que machucam os pés,
corpo que busca se equilibrar
entre as fendas, curtas trilhas
desta caminhada montanha acima
Ah, que vida tão dura
no ar rarefeito destes tortuosos caminhos
diviso pássaros que misteriosamente aqui constroem
seus ninhos e, contemplam com respeito o horizonte
paro e penso nas razões do caminhar e do viver
Ufa, aproxima-se o cume
encoberto pela neblina, aponta para o infinito
como uma mão que se estende em oração, em louvor
silêncio, minha inquietude cede lugar à placidez,
da montanha entre o verde vale e o azul celeste
Agora, uma suave brisa circula
sou parte do todo, a dor já se acalma em meu peito
diante do testemunho vivo do universo,
brota essa mágica energia, vem de todas as direções, protege meu peri-espírito,
recarrega minha essência.
Enfim, diante de mim um vale e outros altivos montes
majestosos na paisagem estão lá há milhares de anos
refeito da longa caminhada, faço uma oração e inicio o caminho de encontro ao meu eu interior, ao Deus do meu coração, pronto a seguir mais uma jornada.
AjAraújo, Agosto de 2003.