Perdão
Soa como um insulto
Um silêncio no tumulto
uma flor na podridão.
Porque nada há de bom em mim.
Tudo o que havia está morto, morreu, de doença ruim.
De abusos reiterados em noites escuras,
de gritos silenciados em tortura.
Não, não posso esquecer tudo o que vivi
e, de qualquer modo, tentar fingir,
que sinto compaixão.
Para quem violou o inviolável
e maculou o imaculável
não há possibilidade de perdão.
Marcela Arôxa