O VERDADEIRO ODISSEU

Ela está na esquina,
O destino nem ao menos lhe pertence.
Mira o infinito num desprazer absoluto.
Traz para si a indiferença de olhos que não se aproximam.
E quando o frio chegar?
Fará ela de seu colchão o aconchego nas noites invernais?

Nada lhe pertence!
O direito há muito lhe foi tomado,
Ou, trocado por algo para lhe amenizar a turbulência que rugia em seu interior.
Ela tampouco é senhora do próprio destino,
Que reluta por ter que chegar,
E contemplar a pobre mulher,
Que deixou há muito de ser donzela,
Pois nem ao menos o seu sexo lhe pertence.

É um desencontro constante,
É uma ferida aberta,
Por onde ela passará amanhã?
E que favores terá de realizar?
Somente para dar prosseguimento ao que nós chamamos de vida,
Mas que para ela é uma viagem homérica.
MAIS POESIAS EM www.profche.blogspot.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.