O tempo corre e em mim se descortina
E outras coisas vêm desencantadas
O meu passar é escuro à clara matutina
E fere-me a saudade desvairada
A tristeza o meu olhar domina
Pesaroso é o peito e a dor é escancarada
Tristonhamente o dia levo, mas ferina,
É a solidão que em tudo é retratada
Do pior modo sigo a minha sina
De quando em quando sei: inacabada
E nesse drama que entristece e ensina
Desperta a vida e só – desencantada
E, assim, triste coitado, de feição franzina
Indefinido. Mágoa amortalhada!
Um dia fui feliz e hoje há quem defina:
É jovem, triste, louco… É quase nada.