Soneto do Amor
Amor fecundo, se queres dar-me…
Jurar-lhe o coração, que vos amaste
Amo-vos o carinho, que o adoraste?
Sem os gozar a amizade a adorar-me.
Vagar-lhe o licor sereno a vagar-me,
Amor! Se esta volúpia já me olhaste…
Com que carinho já vos aplicaste,
Dar-lhe o sentimento vivo a tocar-me.
Guarda o coração, como o sentimento.
Foste a melhor amiga do carinho;
Sim! Ama o coração do firmamento!…
Torno a ver o seu delírio do ninho,
Amar-lhe o bom coração do relento
Ter-lhe o peito vivo, que és forte vinho.
Lucas Munhoz