Soneto do amor II

Soneto do Amor

Amor fecundo, se queres dar-me…
Jurar-lhe o coração, que vos amaste
Amo-vos o carinho, que o adoraste?
Sem os gozar a amizade a adorar-me.

Vagar-lhe o licor sereno a vagar-me,
Amor! Se esta volúpia já me olhaste…
Com que carinho já vos aplicaste,
Dar-lhe o sentimento vivo a tocar-me.

Guarda o coração, como o sentimento.
Foste a melhor amiga do carinho;
Sim! Ama o coração do firmamento!…

Torno a ver o seu delírio do ninho,
Amar-lhe o bom coração do relento
Ter-lhe o peito vivo, que és forte vinho.

Lucas Munhoz

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