Renata é o sumo da fruta das cores escorrendo no canto da boca do Anjo da Orgia
Renata é um jeito de dizer aonde
na eventualidade de enxergar-se o Gênese
como a Surpresa de um homem apaixonado pela eternidade da Mulher
Renata é a pronúncia do eco da tinta pingada sobre a pérola
Renata é o deleite desenhado nos lábios do sexo quando a flor entrega o gozo no soluço da abelha
Pois há badalos devastadores no espalho do fogo
e o que é essência levanta-se Mulher do Gesto Emocionado da Criação
cuja sombra é um Anjo Turquesa dividido em Certo e Poesia
e que voa no Estalo da Música
Renata -brados cromáticos rasgam a aurora e os querubin'autas
debruçam, fincando nos espetos os olhos atentos dos julgamentos
precipitados, mas que inspiram o amor devastador que eu te sinto,
dançando no meio das chamas e dos urros lunáticos
Eu poderia declamar os nomes sórdidos do caos, quando ele veste os ternos da usura, mas nem por isso procuro torres para agitar bandeiras Eu tenho o submundo na sombra, minha voz é um abutre pousado no arco-íris, meu sexo a arena do último engano que o homem suporta conceber
Mas trago na sede o eco desvairado da primavera,
a aniquilação dos pressupostos de demônio que embainha a espada
escorpiosa no coração em ruínas
O que resta além do amor e da vontade de alcançar a silhueta
da tua alma? Qual o teu nome, quando o sonho expande o único
momento em que sou o homem dominando a cena?
Na incerteza da existência, busco no leão o que há de firmeza
e das árvores fúnebres espalho pelo urro os anjos assustados da credibilidade, por um céu tão claro que o teu rosto é o sonho sustenido do amor mais límpido