Quando a luz se apagar
Irmão quando a luz se apagar e a sombra espessa escorrer em
teus olhos
e se entranhar em teu pensamento,
quando ao redor não vires nada, como se estivesses perdido
no imenso mar
nem encontrares pé em ti mesmo para novo esforço, para
nova ascensão,
procura-me e te darei um poema.
Te darei um poema, como quem parte um pedaço de pão,
como quem serve um pouco d’água,
como quem abre uma janela com ar fresco para o pulmão.
Teremos que recomeçar sempre, tudo depende de nós,
os nossos filhos perguntarão pelo bastão
e nos estenderão as mãos como os corredores de revezamento.
Bem sei que hoje a cegueira está somente nos olhos,
e os corações pararam
e os pensamentos caíram e se enterraram
como dardos no chão.
Mas tome um gole de ar, escute estas palavras de força, e olhe os
que continuam apesar de tudo
e compreenda que leva tempo reverter o futuro.
Que meus poemas sejam a massagem em teu desalento
justificável,
que minhas palavras sejam como uma alavanca para o teu mundo,
uma música nova dando um ritmo para o novo passo.
Eliezer Lemos