Sou menor que o mundo,
uma partícula,
ridícula,
que deixou a pele ressecar,
passou o tempo,
e deixei escondido
a maciez da juventude.
Me fiz de rude,
escondi meu sorriso,
robustez não procurei,
enquanto corriam,
eu andava,
me escondia outra vez.
Não me bronzeei de sol,
não me clareei de lua,
não saí pela rua,
não dançei.
Do lado de fora do salão
ouvi a valsa,
parecia bonita
enquanto ela desfilava nos
braços de um alguém.
Um alguém que lhe roubara
o mais íntimo olhar,
compassava seu fôlego,
e conhecia o rítimo do seu coração.
Sou partícula varrida pelo vento,
sem ter onde encostar.
Se nos prédios de concreto,
lá não tem afeto,
esfria meu coração.
Nas ruas de terra,
misturo a poeira do chão.
Me cobre o pó,
me cobre o dó,
sou lama de construção.
De coração pequeno,
quase ingênuo,
guardo dentro de mim,
os lugares onde não posso ir,
um pouco do mundo,
um pouco de tí.
Autoria… Jairo Matos.